Consentimento do paciente no direito médico
- Editora:
- Editora Foco
- Data de publicação:
- 2021-09-13
- Autores:
-
Flaviana Rampazzo Soares
(Coordenadora) - ISBN:
- 978-65-5515-147-3
Descrição:
Após sua aprofundada pesquisa, a autora concluiu que o “consentimento para o ato médico, em síntese, no plano da existência, reclama o (a) agente (paciente), (b) em um lugar e época determinados ou determináveis, que (c) emite declaração ou externa comportamento concludente e permissivo de um determinado ato ou procedimento”. No plano da validade, exige-se que: “(a) tenha sido emitido por paciente capaz e com aptidão para consentir; (b) que o seu conteúdo seja lícito, independentemente da forma utilizada; que seja (c) declaração ou comportamento concludente voluntário e desprovido de defeito”. No plano da eficácia, é imperioso que “(a) seja precedido de processo informativo-assimilativo-decisório adequado e que (b) não seja fruto de conduta dolosa”. (...) Ao sustentar que “o médico pode ser condenado judicialmente a indenizar os danos que possam ser experimentados pelo paciente, sejam os danos à saúde, seja o dano à autodeterminação, ou ambos,” a autora se alinha à mais especializada e atualizada doutrina, como se vê em André Dias Pereira, que ao tratar do tema da “intervenção médica sem consentimento, mas sem quaisquer danos para o doente”, refere que “a doutrina portuguesa entende que este tipo de conduta deve ser civilmente censurado. Os bens jurídicos tutelados são o direito à integridade física e moral e o direito à liberdade”. Na Alemanha, o foco não é tanto sobre eventuais danos à saúde sofridos pelo paciente que não foi devidamente esclarecido, mas, sim, sobre a violação da sua autonomia, por não ter sido devidamente informado. O mesmo ocorre na França, onde se identifica na própria falha no dever de informar adequadamente um dano indenizável, distinto de eventuais danos físicos sofridos pelo paciente. Como o leitor percebe, a obra ora apresentada não só passa em revista o “estado da arte” relativo ao tema, em perspectiva nacional e comparada, como também vem a colmatar algumas lacunas da nossa bibliografia, como a análise dos planos da existência, a validade e a eficácia em relação ao consentimento informado.
Índice
- Lista de siglas e abreviaturas
- Agradecimentos e dedicatória
- Prefácio
- Apresentação
- Introdução
- O consentimento do paciente no direito médico: apontamentos históricos, contornos e fundamento
- Natureza jurídica, estrutura e funções do consentimento à atuação médica
- Capacidade e vontade no consentimento à atuação médica
- Fases do processo que levam à escolha esclarecida, o direito à informação e o correlato dever de informar
- Princípios que pautam o consentimento do paciente
- Interpretação do consentimento do paciente
- Conteúdo e extensão da responsabilidade médica relacionada ao consentimento do paciente
- Conclusões e sugestões
- Referências