INTERthesis. Revista Internacional Interdisciplinar

- Editora:
- Universidade Federal de Santa Catarina
- Data de publicação:
- 2011-03-11
- ISBN:
- 1807-1384
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- Branquitude mestiça e a categoria parda
Resenha da obra: BASTOS, Janaina. Cinquenta tons de racismo: mestiçagem e polarização racial no Brasil. São Paulo: Matrix, 2023.
- Aqueles que podem dar ordens, o fazem; aqueles que são smart, obedecem: uma crítica anarquista à “inteligência” neoliberal no contexto de smart cities
As cidades inteligentes são uma tendência urbana em crescimento, mas sua definição permanece indefinida, frequentemente moldada pelos interesses de seus idealizadores. Embora as cidades inteligentes não tenham se originado no Sul Global, tornaram-se um tema de discussão no Brasil, apresentadas como uma necessidade para que as cidades possam competir por investimentos. Em 2018, um grupo de associações locais, juntamente com a Prefeitura de Florianópolis, no sul do Brasil, lançou os relatórios “Smart Floripa”. Esta pesquisa busca oferecer uma crítica à conceituação de "inteligência" implícita nesses relatórios, fundamentando-se na teoria anarquista e na geografia crítica, revelando-a como um artifício retórico em disputas sobre políticas urbanas e princípios de organização sociopolítica. Como método, escolhemos a análise documental de dois relatórios: “Smart Floripa 2030: transformando Florianópolis em uma cidade inteligente” e “Smart City Florianópolis: a jornada para criar o caminho da inovação em uma ilha turística”. Iniciamos o artigo considerando o neoliberalismo e seus impactos nos municípios brasileiros. Em seguida, discutimos as cidades inteligentes e os relatórios Smart Floripa, que reforçam políticas de urbanização neoliberais, verificadas pela literatura crítica como um paradigma de desenvolvimento urbano. Concluímos com reflexões sobre o significado da “inteligência” neoliberal.
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- A formação e a prática interdisciplinar no Brasil: uma entrevista com Djalma Thurler
No dia 3 de abril de 2024, o Professor Djalma Thürler - Coordenador da Câmera 2 da Área Interdisciplinar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pesquisa e Ensino Superior (CAPES) e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) - esteve na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para a realização da Aula Magna do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH), intitulado "Pensando a ciência interdisciplinar: notas para uma reprogramação descolonizatória" e outras atividades institucionais
- Negociar feminilidades e pertencimentos por meio do futebol: fluxos, fronteiras e na prática esportiva comunitária de mulheres
Aqui examinamos as potencialidades do futebol comunitário como um espaço onde mulheres adultas, no início da carreira advocatícia, negociam o senso de pertencimento à categoria profissional e ao direito ao lazer. Entender os sentidos de pertencimento e as barreiras enfrentadas pelas mulheres ao praticarem futebol na idade adulta ressalta os obstáculos e as oportunidades que o esporte apresenta durante um período em que a participação feminina tende a diminuir, devido à concorrência de tempo com carreiras, trabalho e responsabilidades domésticas, demonstrando intersecções de gênero e classe nas experiências delas. Jogar futebol nesse contexto é desafiar as expectativas em torno da feminilidade das mulheres advogadas, ao mesmo tempo que ratificar aspectos próprios do campo profissional que elas ocupam, reafirmando valores relacionados à meritocracia e à disciplina, compondo uma feminilidade "empoderada". Com isso, transitam e se redesenham pelos espaços profissionais, chamando a atenção para os regimes de poder que operam dentro da retórica neoliberal pós-feminista
- Estudos sobre paz e conflito como campo acadêmico
Questões de paz e conflito têm sido uma preocupação constante em todas as culturas e ao longo da história humana. Somos, antes de tudo, seres relacionais, e nossa complexidade naturalmente gera conflitos. Através de nossas relações, conflitos e estados de paz podem surgir, e a transformação e realização desses estados conferem significado e compreensão sobre nosso lugar no mundo. O campo de Estudos de Paz e Conflito (EPC) é fundamentalmente transdisciplinar, abrangendo uma ampla gama de disciplinas acadêmicas, como ciência política, sociologia, história, antropologia, tradições contemplativas, teologia, psicologia, filosofia, entre outras áreas, abordagens teóricas e lições aprendidas na prática. Através da aplicação de pesquisa, educação e prática, o EPC se preocupa com a investigação da natureza dos conflitos, violência, identidade, segurança, poder e com o treinamento de habilidades e métodos para aplicar a transformação de processos conflitivos, levando a uma paz dinâmica e inclusiva
- O futebol fora dos holofotes: uma análise da prática recreativa entre adultos residentes nas capitais brasileiras, 2013-2023
O futebol recreativo é o esporte mais popular e praticado em todo o mundo, com inúmeros participantes recreativos. No Brasil, poucas informações abrangentes estão disponíveis para caracterizar a prática do futebol recreativo no cotidiano da população adulta. Este artigo objetiva descrever o perfil de brasileiros adultos praticantes de futebol recreativo, no período de 2013 a 2023. A análise deste estudo descritivo realizou três cortes transversais nos inquéritos dos anos de 2013, 2018, 2023, realizados pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas não Transmissíveis por Inquérito Telefônico (Vigitel), nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, mostrando predominância de homens na prática de futebol recreativo (93,3%), além de indicar tendência de redução na adesão ao esporte longo do tempo. No ano de 2018, o percentual de participantes de futebol recreativo foi 0,6% menor quando comparado ao ano de 2013. Da mesma forma, em 2023, houve uma variação de 3,2% menor em relação a 2013, indicando a continuação da tendência de diminuição na popularidade do futebol recreativo. Portanto, promover a prática de esportes coletivos e recreativos, como o futebol, pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde e promover o bem-estar geral da população
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O presente artigo tem como tema as redes de apoio e pertencimento familiar em processos migratórios de venezuelanos para o Brasil. O objetivo é mapear uma família venezuelana composta por 19 indivíduos que se estabeleceram no sul do Brasil no período de 2015 a 2021. A metodologia contempla uma abordagem qualitativa instrumentalizada por entrevistas semiestruturadas realizadas com membros da família, e revisão de literatura de conceitos como parentesco, rede de apoio familiar, fluxos migratórios mistos e pertencimento familiar. As obras que fundamentam a metodologia são Escóssia, Kastrup e Passos (2020) e Rolnik (2016), por meio das quais os/as autores/as estabelecem um diálogo, inspirado pela cartografia social, com os estudos sobre migração internacional de fluxos mistos. O artigo traz contextualização, percurso metodológico, elementos conceituais, apresentação e análise dos dados e considerações finais. Os resultados buscam contribuir para as discussões sobre o pertencimento da família venezuelana no Brasil, na interseção de eixos de estratificação a partir da eleição e análise de categorias como faixa etária, sexo/gênero, raça/etnia, parentesco, ocupação profissional, formação/educação, estado civil, nacionalidade, passagem pela fronteira e condição jurídica da migração, denotando atualidade e relevância da temática na compreensão de contextos migratórios diversos
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Nos últimos anos podemos observar uma discussão sobre os efeitos sociais da precarização que segue a terceirização das relações trabalhistas e a rejeição de direitos, por parte dos empregadores, decorrente desse modo de produção tão popular atualmente. Nossa proposta nesse artigo não é apenas discutir a relação entre essa nova dinâmica de trabalho e a exclusão social no Brasil. Mas também retratar como essas novas formas de organização do trabalho afetam os trabalhadores, não apenas no âmbito profissional, mas também em suas vidas privadas: suas relações familiares, de amizade, de vizinhança, de lazer e afins. Para tal, vamos trazer as noções de Necropolítica (2018) e de Brutalismo (2021), do filósofo camaronês Achille Mbembe, para em seguida pensarmos se existem formas de resistências a essa nova realidade, social, política e econômica, fomentada pelo avanço tecnológico e implementada a fim de garantir uma maior exploração, tanto dos corpos quanto das mentes, que acaba por eliminar os "sobrantes do mercado" já marginalizados em razão de não disporem de poder de consumo, ou melhor, os excluídos que não se fazem mais necessários em um mundo regido pelo neoliberalismo
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Este artigo tem por objetivo refletir sobre as representações a respeito da Amazônia brasileira acreana e seus povos na agência de notícias Amazônia Real. O corpus é formado pelas cinco reportagens publicadas até o mês de agosto em 2024 sobre o estado do Acre no referido site, citam-se: 1) "Cheia no Acre: 17 dos 22 municípios estão em situação de emergência"; 2) "Indígenas do Acre denunciam apropriação cultural nos Estados Unidos"; 3) "Indígenas reclamam de abandono depois das inundações no Acre"; 4) "Acre passa por nova seca extrema e terras indígenas voltam a ficar isoladas"; 5) "Seca nos rios Madeira e Acre pode ser a maior de todos os tempos". O referencial bibliográfico é formado por autores como Stuart Hall (2016), Homi Bhabha (2013), que auxiliam nas discussões sobre culturas, representações; Miquel Alsina (2009) e Aldo Schmitz (2011), que discute questões relacionadas ao jornalismo, entre outros autores, que estudam especificamente a Amazônia, caso de João de Jesus Paes Loureiro (1995), Foot Hardman (2009) e Priscila Freire (2015). A metodologia é a bibliográfica com suporte da Análise de Conteúdo, de Lawrence Bardin (2009)
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- Crime e violência no brasil: representações socioculturais na pós-modernidade
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Estudar a relação ser humano com seu ambiente é uma tarefa difícil. Com a evolução cada vez mais acelerada da espécie, o ser humano adquiriu muitas habilidades e conheceu novos avanços científicos em prol de seu benefício, porém causou desequilíbrios ambientais alarmantes. Nesse contexto, observa-se...
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- Breve história das classificações em psiquiatria
Na sociedade contemporânea há um grande número de pessoas diagnosticadas com transtornos mentais em diversos continentes. Diante deste contexto, busca-se delinear a trajetória histórica das classificações em psiquiatria, desde o século XIX até a atualidade. A primeira tentativa de classificações de ...
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