‘Prioridade é sustentar operações e empregos’

EntrevistaA crise provocada pela pandemia do coronavírus levou a uma queda de até 63% nas vendas de gasolina da Ipiranga, uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país, em apenas uma semana. O presidente da companhia, Marcelo Araújo, disse que o momento é de "gestão de crise" para sustentar as operações.Investimentos foram adiados, e a empresa concedeu prazo maior para o pagamento de obrigações dos 7.200 postos. Para ajudar os funcionários a se adaptarem ao modelo de home office, a companhia contratou psicólogos.A pandemia já afetou a venda de combustível?Na semana passada, as vendas de gasolina e álcool caíram 63% em relação à média esperada para uma semana de março, com a redução da circulação dos automóveis. O diesel caiu menos, cerca de 33%. O impacto nas vendas é diferente, pois estamos no meio da safra de soja e estamos começando a de cana de açúcar. Por isso, o diesel acaba tendo menos impacto. Por outro lado, houve queda muito grande de transporte urbano, que chegou a cair 70% em algumas cidades. É cedo ainda para saber se os números vão se estabilizar nesse patamar. Nessa primeira semana, houve ajuste de estoques. Essa crise vai ter impacto muito grande no nosso resultado. Vamos administrando semana a semana, mês a mês, até termos um horizonte mais claro. Estamos fazendo gestão de crise no momento.Os postos estão pedindo ajuda financeira?Temos 7.200 postos em todos os estados e 2.300 lojas de conveniência. Pegamos os principais compromissos que tinham conosco, como financiamento, locação e royalties, e parcelamos para depois de junho e julho. Foi uma primeira ajuda para dar fôlego a eles. Vamos ajudar na coordenação para que possam mais rapidamente usufruir das medidas que o governo anunciou, acessando o crédito financeiro.As ações do governo até agora são suficientes?Vai depender muito do tempo que durar a crise. Talvez para um primeiro momento as medidas foram boas. Mas, agora, a preocupação é operacionalizar essas medidas. É como viabilizar as questões trabalhistas entre pequenos e médios empresários e fazer chegar essas linhas até os postos. Tem uma corrida contra o tempo. Se chegar tarde demais, o empresário...

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