O acesso feminino ao Poder Legislativo

AutorEsthefânia Guerra Guimarães, Juliana De Freitas Dornelas
Páginas40-51
O ACESSO FEMININO AO PODER
LEGISLATIVO
Esthefânia Guerra Guimarães1
Juliana De Freitas Dornelas2
“A força particular da sociodiceia masculina lhe vem do fato de ela
acumular e condensar duas operações: ela legitima uma dominação,
inscrevendo-a em uma natureza biológica que é, por sua vez, ela própria
uma construção social naturalizada.”
(Pierre Bourdieu)
Resumo: Em todo o mundo, mesmo quando são maioria numérica,
mulheres representam uma minoria que possui acesso restrito aos
cargos de poder. Face a esse descompasso, o que ocorre,
atualmente, são ações afirmativas, como criação de quotas para o
acesso da mulher a cargos eletivos legislativos. No entanto, pela
análise dos relatórios oficiais, percebe-se que, muitas vezes, as
quotas são o teto e não o parâmetro mínimo para o ingresso das
mulheres em tais cargos. Para entender o porquê dessa barreira
consolidada, que não pode ser rompida facilmente, e que afasta as
mulheres da política, faremos uma releitura da alegoria da Sala das
Máquinas, de Gargarella, que aponta para uma dinâmica de
proteção do poder que reconhece direitos, mas, ao mesmo tempo,
preserva um modelo de concentração de autoridade, mantendo
fechadas as portas da “sala das máquinas”. Assim, para corrigir
essa desigualdade internalizada e naturalizada, devemos pensar em
ações de forma sistêmica, e, mesmo que custe tempo e muitas
lutas, devem fazer parte de uma engrenagem maior que vise
redesenhar a funcionalidade da “sala das máquinas”. Ocupar
espaços acadêmicos, no seio familiar e no meio político não podem
ser ações isoladas, mas, sim, integrantes de uma nova proposta de
ocupação de poder na sociedade.
Palavras-chave: Direitos Políticos. Ações Afirmativas. Patriarcado.

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