Da áfrica do sul à costa paulista

Pioneiros ao cruzar o Pacífico Sul numa embarcação sem cabine, santista e francês desafiam os perigos do Atlântico em travessiaVictor Costavictor.costa@oglobo.com.brParceria. No alto, Beto Pandiani (à direita) e Igor Bely no Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. A dupla analisa o mapa da viagem. O catamarã no cais na Cidade do CaboFotos de Maristela Colucci/DivulgaçãoLocalizado no litoral da Namíbia, na África, a Costa dos Esqueletos é inóspita, seca, sem vegetação e proporciona um visual tão belo quanto macabro. Entre as falésias avermelhadas e as dunas que invadem a água congelante do Oceano Atlântico, não é difícil de encontrar ossadas de baleias, focas e humanos - provavelmente, de pescadores das pequenas vilas que existem na região. No entanto, reza a lenda que o lugar recebeu mesmo esse nome por conta das centenas de carcaças de embarcações que naufragaram por lá. Não à toa, o lugar leva a fama de ser um dos mais traiçoeiros do mundo.- Não existe um lugar na África tão mórbido e ao mesmo tempo belo como a Costa dos Esqueletos - analisa o santista Beto Pandiani, referindo-se a um dos trechos mais surpreendentes que ele deve encontrar na travessia de 30 dias, entre a Cidade do Cabo, na África do Sul, e Ilhabela, em São Paulo, que deve ser iniciada nos próximos dias, dependendo das condições climáticas, a bordo de um catamarã sem cabine, ao lado de seu parceiro francês Igor Bely.Numa linha reta, a travessia tem 6.660km. Mas para evitar as intemperes do Atlântico, a dupla irá fazer uma parábola, aumentando em cerca de 40% a distância do percurso. No total, deverão ser percorridos 9.260km. É uma aventura longa, mas nada que a dupla não esteja acostumada.do entretenimento para o marFilho de velejadores italianos, Beto ajudou a comandar a noite de São Paulo durante os anos 80 e 90, sendo proprietário de diversas casas - entre elas, a Aeroanta. Em 1994, ele deixou o entretenimento de lado e se lançou ao mar numa expedição de 289 dias, saindo de Miami para Ilhabela. Em 2000, partiu do Chile até a Baía de Guanabara, numa viagem de 170 dias, cruzando o Cabo Horn. Três anos depois, saiu do Ushuaia, na Argentina, e cruzou a passagem entre a América do Sul e a Antártica. Feita ao lado de seu parceiro sul-africano Duncan Ross, a viagem, conhecida como a Travessia de Drake, lhes garantiram o título de serem os primeiros a chegarem à Península Antártica num barco sem cabine.No entanto, foi entre 2007 e 2008 que Beto se juntou a Igor para sair do Chile e chegar na...

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