Apresentação
| Autor | Laíse Ribas Bastos |
| Páginas | 3-4 |
|boletim de pesquisa nelic, florianópolis, v. 19, n. 31, p. 3-4, 2019|
doi:10.5007/1984-784X.2019v19n31p3 3
APRESENTAÇÃO
O número 31 do Boletim de Pesquisa NELIC compõe o segundo volu-
me dedicado à reunião dos trabalhos apresentados durante o evento Poesia,
memória e arquivo II: Manuel Bandeira, realizado nos dias 10 e 11 de dezem-
bro de 2018, nas dependências do Centro de Comunicação e Expressão da
Universidade Federal de Santa Catarina, e promovido pelo Núcleo de Estudos
Literários & Culturais (NELIC) com apoio do Programa de Pós-Graduação em
Literatura da UFSC.
Convém assinalar, mais uma vez, que o evento mencionado é resulta-
do do ciclo de seminários de estudo realizados pelo NELIC, cuja série Poesia,
memória e arquivo iniciou em 2017 dedicado à obra de Carlos Drummond de
Andrade. Em todos esses movimentos está guardado o gesto de interpelação
à literatura, muitas vezes desarmando sentidos e caminhos já assimilados no
âmbito da crítica literária. A proposta visa, portanto, desmobilizar esses ob-
jetos-tema motivados a cada evento – nesta edição, alicerçado na obra de
Manuel Bandeira – a fim de explorar o território da poesia e da própria críti-
ca sobre ela, escavando, investigando e reelaborando também seus arquivos.
Como se vê, trata-se, tematicamente, além disso, de uma parcela refinada da
tradição moderna da poesia no Brasil.
Se o primeiro volume acerca de Manuel Bandeira possui certa orienta-
ção crítica e teórica, centrando-se no que podemos reconhecer como uma po-
ética do autor, esta edição reúne textos de preponderância analítica em tor-
no de um “manancial bandeira”, fonte abundante de onde é possível indagar,
alterar e acrescer leituras, ou, ainda, mais apropriadamente, um movimento
que provoca vibrações. Isso porque os quatro textos que compõe este dossiê
abrangem, em maior ou menor extensão, os desdobramentos da sonoridade
e da musicalidade em Bandeira.
O artigo de Carlos Eduardo Schmidt Capela, por exemplo, expõe o
modo como a rememoração de um fato passado pode conduzir à investiga-
ção sensorial e sonora “por dentro do poema”, num exercício constante para
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