Aproximações para compreender a África contemporânea

AutorElsa Sousa Kraychete
CargoProfessora do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos/UFBA, atua no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais e no Núcleo de Pós-graduação em Administração
Páginas388-394
Cadernos do CEAS, Salvador/Recife, n. 245, p. 388-394, set./dez., 2018 | ISSN 2447-861X |
doi>: 10.25247/2447-861X.2018.n245.p388-394
APROXIMAÇÕES PARA COMPREENDER A ÁFRICA
CONTEMPORÂNEA
Elsa Sousa Kraychete (UFBA)
A organização deste Dossiê dos Cadernos é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa
Laboratório de Análise Política Mundial - LABMUNDO/UFBa, que, nos estudos africanos,
atua em rede com quatro Universidades baianas. Os pesquisadores envolvidos nas
investigações dessa linha, ao se debruçarem sobre casos concretos, buscam analisá-los a
partir de contextos mais amplos, que têm em consideração: o processo que levou o
continente africano a ser disputado pelas antigas e pelas potências emergentes, como espaço
para realização de investimentos, transações comerciais e exploração de recursos naturais; a
reconfiguração das forças sociais que emergiram das lutas de independência, seja nos
rearranjos internos em cada país, seja nos movimentos que buscam inserir a África na atual
dinâmica internacional globalizada; e, por fim, o movimento imprimido pela política externa
brasileira que, ora busca aproximação com países africanos, ora move-se pelo afastamento,
como sinaliza a inflexão proposta pelo atual governo, em contraposição à importância dada
nos dois mandatos de Lula da Silva, que intensificou as articulações políticas e econômicas
com países do contine nte africano. O intuito é que cada projeto se acercando de
problemáticas atuais da África, a partir de perspectivas históricas.
A década de 1970 foi um marco fundamental para a reconfiguração da geopolítica da
África na trajetória de descolonização do continente, processo iniciado entre as duas Guerras
Mundiais, que se completava naquela década. Até o final de 1959, registra Andrade (2016), o
continente africano contava com apenas 10 países independentes, um ano depois, já contava
a África com 27 estados autônomos. Entre 1971 e 1980, mais nove países conquistaram a sua
independência. Restou apenas a Namíbia, então sob a tutela da África do Sul, mas que, em
1990, tornou-se um estado independente. Na ordem onusiana, o surgimento desse grande
número de países confere maior representatividade internacional ao então chamado Terceiro
Mundo. As jovens nações, por um lado, eram disputadas pelas potências de então, que
Professora do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos/UFBA, atua no Programa
de Pós-Graduação em Relações Internacionais e no Núcleo de Pós-graduaçã o em Administração.

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