A aristocracia operária e a previdência complementar

AutorArtur Bispo dos Santos Neto - Glaucya Núbia Barros dos Santos
CargoBacharel em Filosofi a. Doutor em Letras e Linguística. Professor no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas - Assistente Social pela Universidade Federal de Alagoas
Páginas447-472
Artigo recebido em: 07.09.2016 Aprovado em: 03.11.2016
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v20n 2p 447-472
A ARISTOCRACIA OPERÁRIA E A
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
Artur Bispo dos Santos Neto1
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Glaucya Núbia Barros dos Santos2
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Resumo
Este artigo enfatiza o processo de constituição da aristocracia operária na In-
glaterra e sua formação no desenvolvimento do tardio capitalismo brasileiro,
denotando o desempenho essencial dessa fração da classe operária para su-
bordinar o conjunto da classe trabalhadora aos propósitos do capital. Mostra
que a aristocracia operária desloca o desiderato de enfrentamento do capital
para posição de adequação e acomodação ao status quo pela mediação da apo-
logia da contrarreforma da Previdência Social, em que os fundos de pensão
comparecem como ref‌l exo da inócua tentativa de humanização do capitalismo
via governança corporativa, responsabilidade social, sustentabilidade socioam-
biental, fundos éticos e aposentadoria por capitalização. Conclui que, através
da ideologia da inclusão social e da necessidade de redistribuição de renda,
a aristocracia operária desempenha função elementar nas obras orquestradas
pelos governos Lula e Dilma Rousse .
Palavras-chave: Previdência complementar, fundos de pensão, classe operá-
ria.
1 Bacharel em Filosof‌i a. Doutor em Letras e Linguística. Professor no Programa de Pós-
Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). E-mail:
arturbisponeto@gmail.com
2 Assistente Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). E-mail: glaucyanubia@
hotmail.com. Universidade Federal de Alagoas - UFAL.
Av. Manoel Severino Barbosa,
Arapiraca - AL. CEP 57309-005
ARTIGOS
448
Artur Bispo dos Santos Neto | Glaucya Núbia Barros dos Santos
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v20n 2p 447-472
THE LABOR ARISTOCRACY AND THE
COMPLEMENTARY SOCIAL SECURITY
Abstract
This article emphasizes the labor aristocracy process in England and its for-
mation in the late Brazilian capitalism, denoting how this labor class fraction
performs an essential role to subordinate the working class to the purposes of
the Capital. It is noted how the labor aristocracy can shift the desideratum of
the capital confrontation to an adequacy and accommodation position to the
status quo through the mediat ion of the apology of counter-reformation of the
social security, in which the pension funds appear as the ref‌l ex of the harmless
try in humanizing the capitalism before the corporative governance, the social
responsibility, the socioenvironmental sustainability, the ethical funds and the
pre-fund retirement systems. Concludes that, through the ideology of social
inclusion and the need of income redistribution, the labor aristocracy plays the
elementary function in the orchestrated constructions by the governments of
Lula and Dilma Rousse .
Key words: Complementary social security, pension funds, working class.
1 INTRODUÇÂO
O processo de colaboração de classe intensif‌i ca-se com o de-
senvolvimento das relações essencialmente capitalistas propiciadas
pela superação do capital mercantil pelo capital industrial e a passa-
gem do capitalismo concorrencial para o capitalismo dos monopó-
lios, em que a Revolução Industrial implica a subordinação real dos
trabalhadores aos propósitos do capital.
A subordinação do trabalho ao capital passa a contar com
mediações cada vez mais sof‌i sticadas de controle, nas quais a per-
suasão irradia-se por todos os poros da sociabilidade capitalista e os
mecanismos coercitivos exercem papel secundário no processo de
regulamentação da produtividade. Essas formas sof‌i sticadas de con-
trole, em que o direito comparece como elemento imprescindível,
não implica que o capital não recorra aos mecanismos coercitivos
sempre que a classe trabalhadora ultrapasse a linha de atuação de-
marcada pelo capital.

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