Autoritarismo e guerra às drogas: violência do racismo estrutural e religioso

AutorAndréa Pires Rocha - Rita de Cássia Cavalcante Lima - Daniela Ferrugem
Cargodrea_rocha@yahoo.com.br Doutora em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) Professora Adjunta da Universidade Estadual de Londrina (UEL) - ritacavalcante69@gmail.com Doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Professora Associada da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de ...
Páginas157-167
DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e75331
ESPAÇO TEMÁTICO: ESTADO, AUTORITARISMO E LUTA DE CLASSES
157
R. Katál., Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 157-167, jan./abr. 2021 ISSN 1982-025
Autoritarismo e guerra às drogas: violência do racismo
estrutural e religioso
Andréa Pires Rocha1
https://orcid.org/0000-0003-4158-7541
Rita de Cássia Cavalcante Lima2
https://orcid.org/0000-0001-9918-7503
Daniela Ferrugem3
https://orcid.org/0000-0002-2861-1191
1Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Políticas Sociais, Londrina, PR, Brasil
2Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
3Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Porto Alegre, RS, Brasil
Autoritarismo e guerra às drogas: violência do racismo estrutural e religioso
Resumo: Este artigo toma as políticas de drogas como mirante de análise sobre a racionalidade governamental que incrementa
respostas autoritárias à crise do capital. Esta resposta em período de neoliberalismo e de neoconservadorismo é seletiva
e requisita apreender dois componentes do racismo estrutural o racismo institucional e o religioso que se atualizam na
política de drogas. A destituição da Presidenta Dilma Rousseff indicou uma crise geral de autoridade que fortaleceu a
ascensão neopentecostal na organização das massas populares no Brasil a favor de um projeto necroeconômico e necropolítico
abertamente antidemocrático. Com autores críticos, recupera-se a disputa materializada com o uso da força punitiva do Estado
e com a atuação fundamentalista de segmentos neopentecostais. Apontamos que no interior do Estado neoliberal de cunho
penal, o conservadorismo, racismo e ódio de classe recrudescem mecanismos de controle justificado pela guerra às drogas,
incidindo sobre os corpos e qualquer vestígio de vida de negros e pobres.
Palavras-chave: Autoritarismo. Neoliberalismo. Proibicionismo às Drogas. Racismo. Neopentecostalismo.
Authoritarianism and war on drugs: the violence of structural and religious racism
Abstract: This article gets drug policies as an analysis point on governmental rationality that reinforces authoritarian responses
to the capital crisis. This response in a period of neoliberalism and neoconservatism is selective and requires to apprehend
two components of structural racism - institutional and religious racism that are updated in drug policy. The President Dilma
Rousseff’s impeachment indicated a general crisis of authority that strengthened the neo-Pentecostal rise in the organization
of the popular masses in Brazil in favor of an openly anti-democratic necro economic and necropolitical project. With critical
authors, the materialized dispute is retrieved with the use of the punitive force of the State and with the fundamentalist action of
neo-Pentecostal segments. We point out that within the neoliberal penal State, conservatism, racism and class hatred reinforce
control mechanisms justified by the war on drugs, focusing on the bodies and any trace of life of blacks and the poor people.
Keywords: Authoritarianism. Neoliberalism. Prohibition of Drugs. Racism. Neopentecostalism.
Recebido em 30.06.2020. Aprovado em 05.08.2020. Revisado em 05.10.2020.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution Non-
Commercial, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que sem fins
comerciais e que o trabalho original seja corretamente citado.

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT