Por que Avaliar o Desempenho das Pessoas nas Empresas?

AutorBenedito Rodrigues Pontes
Páginas15-21

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As mudanças nas organizações

A partir das décadas de 1980 e 1990, as empresas se defrontaram com uma crise ao enfrentarem um mundo dos negócios mais hostil e de mudanças mais rápidas.

Um artigo publicado pela Revista Exame sobre a Hering discorre sobre a mudança acontecida nessa empresa. O artigo inicia-se com uma carta endereçada pela Hering aos seus clientes. "Redefinimos nossos processos, terceirizamos tarefas e funções. É nossa resposta aos efeitos da crise."1 Ainda segundo o mesmo artigo, "a Hering apresentada em sua carta não é mais a mesma... o que ela apresenta como alternativa é uma empresa que deixou para trás sua tradicional estrutura verticalizada e se volta para o mercado".2 Um outro exemplo: "nos últimos anos, o Pão de Açúcar passou por um profundo processo de reestruturação. Entre 1989 e 1994, o número de lojas caiu de 568 para 215. No mesmo período, o quadro de funcionários foi reduzido de quase 46.000 para 18.500".3 O que ocorreu com a Hering e o Pão de Açúcar, para ficarmos somente nesses dois exemplos, foi o sinal dos novos tempos a partir da última década; e as reestruturações continuaram e continuam a ocorrer em praticamente todas as organizações. Algumas organizações, após se reestruturarem, voltaram a crescer, como é o caso do Pão de Açúcar, outras fecharam suas portas, optaram por fusões, e outras mudaram de mãos.

A globalização da economia impôs a busca da competitividade nas empresas, sob pena de não sobreviverem. Essa busca incessante por competitividade impôs, além de reestruturação profunda, novos conceitos voltados à flexibilidade, à qualidade, à produtividade e à superação da satisfação dos clientes. Muitas organizações tiveram de passar por reestruturações mais profundas, incluindo cortes radicais de pessoal, simplesmente porque já estavam operando com prejuízos. Muitas outras tiveram de acertar os ponteiros com a qualidade e com os custos de seus produtos e serviços, para não verem seus clientes desaparecerem.

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Essa necessidade de competitividade, por parte das organizações, explica o enorme sucesso da reengenharia na época. Nunca uma palavra, até de certa forma incompreensível, do mundo dos negócios tornou-se tão popular. Falou-se de reengenharia na empresa, reengenharia nos noticiários, reengenharia nos esportes, reengenharia pessoal. Nessa época, a reengenharia era necessária em todos os locais. Na realidade, tudo necessitava de uma nova ordem, de um novo lema: "fazer melhor". E esse fazer melhor, quão boa estivesse ou não a situação, foi chamado, no mundo dos negócios, de reengenharia. Foi feita muita reengenharia de verdade, mas realizou-se também muita demissão com nome de reengenharia, ou outros tipos de mudanças com o emprego desse nome. Sem dúvida, as mudanças, com qual nome fosse dado, eram necessárias, e quem não incorporou os sinais dos novos tempos desapareceu. A maior parte dos dinossauros empresariais rígidos e burocráticos foi extinta.

Antes das mudanças, de forma geral, as organizações eram estruturadas verticalmente, orientadas para o poder centralizado; incorporavam conceitos rígidos, desde o planejamento, o controle e o processo de trabalho; usavam sistema de informações para...

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