O avanço da ciência
| Autor | Melissa Cabrini Morgato |
| Páginas | 41-69 |
Capitulo 2
o avanço da CiênCia
A
partir da descoberta do DNA, em 1953, o desenvolvimento
científico, no âmbito das ciências biomédicas, da engenha-
ria genética e da embriologia, alcançou horizontes inespera-
dos. A cada dia, cientistas e pesquisadores descobriam novas
possibilidades relacionadas à vida, à morte, à sexualidade, à
reprodução humana, às tecnologias conceptivas, ao patrimônio
genético e muitas outras.
Em 2000, o projeto genoma humano anunciava o sequen-
ciamento do código genético humano. Entre inúmeras desco-
bertas de diagnósticos para doenças antes incuráveis, o cientis-
ta também passou a desvendar mistérios existentes no campo
da ficção científica que sempre desafiaram a argúcia da ciência.
Os avanços da biotecnologia começam a viabilizar proce-
dimentos médicos que afetam as fronteiras do universo ético.
A clonagem de embriões de mamíferos catalisa discussões ca-
lorosas, inclusive no que tange à possibilidade da clonagem
humana.
Pessini; Barchifontaine (2005, p. 193), ao apresentar o
progresso tecnocientífico da medicina do século XX, falam de
duas grandes revoluções: a terapêutica e a biológica. Observam
que “a terapêutica é produzida pelo aperfeiçoamento de me-
dicamentos, começando com o surgimento das sulfamidas,
em 1937”. Daí o ser humano foi capaz de superar doenças
consideradas incuráveis e fatais, tais como tuberculose, sífilis
e outras.
Ainda afirmam que “a inovação terapêutica trouxe três con-
sequências: a) a felicidade ligada à cura de numerosas doenças
42 Melissa Cabrini Morgato
durante muito tempo fatais; b) a desordem ligada a esse su-
cesso, com a prescrição abusiva de medicamentos [...]; c) a ne-
cessidade de estudos rigorosos de cada novo medicamento,
apreciando benefícios e inconvenientes”.
A revolução biológica resulta do aperfeiçoamento das téc-
nicas de engenharia genética, diagnóstico e concepção assisti-
da. Os cientistas Watson e Crick, criadores da genética molecu-
lar, foram os precursores, ao propor, em 1953, uma estrutura
para a molécula do DNA (ácido desoxirribonucleico) capaz de
explicar as funções de autoduplicidade e de mutação.
“Esses conhecimentos desenvolvidos nas áreas da biologia
e genética dão ao ser humano poder, domínio e possibilitam in-
tervenções no mais profundo de sua natureza [...]”. (BERNARD,
1994, p. 313)
As previsões da obra de ficção científica “Admirável Mundo
Novo”, de Aldous Huxley, ganharam conotação de realidade.2
2.1 A Clonagem e as Descobertas
Para melhor desenvolvimento e compreensão das ideias,
necessário se faz estudar o significado de algumas palavras im-
portantes no contexto do trabalho.
O termo clone foi criado em 1903, pelo botânico Herbert
J. Webber, enquanto pesquisava plantas no Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos. O termo vem da palavra grega
Klón, que significa broto vegetal. Pode ser definida como um
conjunto de células, de moléculas ou de organismos descen-
dentes de uma célula e que é geneticamente idêntica à célula
original. (LEITE, 2004)
2 O Admirável Mundo Novo é uma obra de ficção científica escrita em
1932. O autor descreve uma civilização na qual o homem, por meio das
técnicas e do saber científico, produz uma sociedade totalitária e desu-
manizada, uma civilização de excessiva ordem, onde todos os homens
são controlados.
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