Brasil: fascismo ou neoescravidão?

AutorMaría del Carmen Cortizo - Débora Ruviaro
Cargomaria.ufsc@gmail.com Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - deborarvro@gmail.com Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Páginas76-85
DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e75203
76
R. Katál., Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 76-85, jan./abr. 2021 ISSN 1982-025
ESPAÇO TEMÁTICO: ESTADO, AUTORITARISMO E LUTA DE CLASSES
Brasil: fascismo ou neoescravidão?
María del Carmen Cortizo1
https://orcid.org/0000-0001-5138-5500
Débora Ruviaro2
https://orcid.org/0000-0002-1998-9301
1 Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em Serviço Social, Programa de Pós-graduação
Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, SC, Brasil
2 Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em Serviço Social, Florianópolis, SC, Brasil
Brasil: fascismo ou neoescravidão?
Resumo: O artigo tem por objetivo discutir a pertinência do conceito de “fascismo” em referência ao atual governo do
Brasil. A reflexão segue o caminho teórico-metodológico que dois dos maiores intelectuais italianos de início do século XX
propuseram nas suas respectivas análises sobre o fascismo, trata-se de Piero Gobetti e Antonio Gramsci, servindo também
como referência os relatos de Norberto Bobbio sobre a sua experiência pessoal em relação a esse regime. A partir dessa porta
de acesso à problemática, são apresentadas as ponderações sobre a possibilidade de denominar o atual governo e o Estado
brasileiro como “fascistas”. A conclusão do estudo é que as atuais relações sociais no Brasil respondem ao desenvolvimento
histórico de ininterrupta reprodução das relações de subordinação a partir da escravidão, e não a uma forma particular de
fascismo ou de fascistização. Metodologicamente assume-se a perspectiva da “história integral”. Em termos das ferramentas
para as análises, o estudo se vale de material bibliográfico.
Palavras-chave: Fascismo. Escravidão. Brasil. Estado.
Brazil: fascism or neo-slavery
Abstract: The article aims to discuss the pertinence of the concept of “fascism” in reference to the current Brazilian government.
The reflection follows the theoretical-methodological path of which two of the greatest Italian intellectuals of the early 20th
century proposed in their respective analyzes of fascism, namely Piero Gobetti and Antonio Gramsci, also serving as a reference
to Norberto Bobbio’s reports on his personal experience in relation to this regime. From this door of access to the problem,
the considerations on the possibility of naming the current government and the Brazilian State as “fascists” are presented. The
conclusion of the study is that the current social relations in Brazil respond to the historical development of an uninterrupted
reproduction of subordination relations from slavery, and not to a particular form of fascism or fascistization. Methodologically,
the perspective of “integral history” is assumed. In terms of tools for analysis, the study uses bibliographic material.
Keywords: Fascism. Slavery. Brazil. State.
Recebido em 30.06.2020. Aprovado em 01.08.2020. Revisado em 01.09.2020.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution Non-
Commercial, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que sem fins
comerciais e que o trabalho original seja corretamente citado.

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