Brasil pode ter energia eólica offshore em menos de 5 anos, prevê presidente da Neoenergia

O Brasil poderá ter a primeiras usinas de geração de energia eólica em alto-mar em até cinco anos, indicou o presidente da Neoenergia, Mário Ruiz-Tagle. O grupo está conduzindo estudos com sistemas de medição de vento para projetos dessa fonte no Rio, Rio Grande do Sul e Ceará.

Ruiz-Tagle acredita que a crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia pode acelerar o desenvolvimento de projetos de energia renovável no mundo, devido à busca pela diversificação de fontes de energia.

“A experiência que estamos vivendo na Europa está trazendo a importância da não-dependência energética, não apenas a não-dependência de outro país, mas também a não-dependência de uma fonte de geração de energia”, disse Ruiz-Tagle, ao comentar a guerra no Leste Europeu.

Segundo o executivo, as discussões para o estabelecimento de regulações para a eólica offshore no Brasil estão ocorrendo de maneira acelerada em relação a outras fontes. “Estou muito confiante de que isso vai ter um processo de aceleração. O fato de ter uma indústria de óleo e gás desenvolvida no Brasil ajuda muito na logística desses projetos”, afirmou.

Por outro lado, o executivo apontou que a crise está afetando a cadeia de suprimentos que atende ao setor, o que pode afetar negativamente o desenvolvimento de projetos de geração renovável.

“Ante uma crise, o que estamos fazendo é enfrentá-la acelerando o processo [de transição energética]. Mas temos que olhar com muita atenção que efeitos esse fenômeno pode ter na América Latina do ponto de vista o fornecimento de matérias-primas. O custo está crescendo e isso tem um impacto no desenvolvimento das energias renováveis”, afirmou.

Em conversa com jornalistas nessa quarta-feira (16), no Rio, Ruiz-Tagle apontou que o desenvolvimento do segmento de eólica offshore será importante para viabilizar o hidrogênio verde como combustível na transição energética.

“[A eólica offshore] não é uma das energias mais baratas que vamos encontrar no Brasil, mas essa é uma das energias que são o caminho para o hidrogênio verde, que vai ser um combustível altamente demandado. No mapa mundial, o Brasil tem os menores custos de produção do hidrogênio verde, junto com Chile e Austrália”, disse.

A Neoenergia está em negociações para parcerias com os Estados do Rio Grande do Sul e Bahia, também para desenvolver projetos de hidrogênio verde. A companhia já conduz um projeto-piloto de hidrogênio verde na Termopernambuco (PE), usina termelétrica que opera. O grupo também tem um acordo...

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