Briga entre torcidas: Um flagelo nacional

Carol Knoploch carolk@sp.oglobo.com.br

SÃO PAULO. A morte do santista Márcio Barreto de Toledo a golpes de barras de ferro por são-paulinos foi a primeira comprovada no ano que apenas começou. O crime é investigado pela polícia paulista. Ninguém foi preso ainda.

- O que me impressiona é que houve mais vítimas, que fugiam e não nos procuram para ajudar nas investigações - lamenta o delegado Moisés Teodoro Messi Filho, que cuida do caso.

Segundo ele, as imagens de câmeras de segurança próximas são ruins, e, por isso, a ajuda de testemunhas é fundamental.

- Avançamos na identificação dos possíveis responsáveis. Testemunhas podem nos ajudar no reconhecimento. Mas sem testemunhas... Há um andar aqui na delegacia onde essas pessoas podem ser recebidas com discrição. Falarão só com juiz e promotor, para não serem expostas - diz o delegado.

Episódios de violência surgem a cada rodada dos estaduais. No mesmo dia da morte de Márcio, torcedores do Santos e do São Paulo brigaram a caminho do estádio. Houve tumulto e tiros. Um garoto foi baleado de raspão no queixo. Há cerca de uma semana, corintianos e palmeirenses brigaram do lado de fora do Pacaembu, no chamado "clássico da paz". Jogadores do Corinthians foram vítimas também. No início do mês, torcedores invadiram o CT do clube, agrediram atletas, depredaram veículos e ameaçaram funcionários.

Fora de São Paulo não é diferente. Na Paraíba, o caso mais recente foi registrado dia 23, quando o presidente da Torcida Jovem do Galo, Jéferson Costa de Silva, de 23 anos, foi atingido na cabeça por um tiro. No dia 15 de fevereiro, em Goiânia, torcedores de Goiás e Vila Nova protagonizaram cenas de violência no Estádio Serra Dourada. Antes, no dia 2, no jogo entre Grêmio e Juventude, dois rojões foram lançados ao campo, paralisando a partida.

Só com carteirinha

Mais uma tentativa de inibir a violência das torcidas organizadas está em teste em jogos do Campeonato Paulista. Como a biometria facial ainda não saiu do papel principalmente em função dos altos custos, há sete rodadas (mais de um jogo por rodada), a Federação Paulista faz testes com software para leitura de carteirinhas dos torcedores. Só entra na área das organizadas quem apresentar o documento confeccionado pela entidade. Com base num banco de dados, o software indica se aquele torcedor tem alguma restrição e em caso positivo ele é barrado. Na partida entre Palmeiras e Ituano, no dia 19/2, três palmeirenses foram impedidos de entrar no estádio.

O...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT