Candeia e Arthur Poerner, Morro do Sossego - Cartola, Nelson Sargento e Alfredo Português

AutorLuasses Gonçalves dos Santos
Páginas5-5
Ô Catirino, menino
Pombo que escapa ao morcego
Naquele ponto elevado
Seu sangue quer preservar
Ô Catirino inquilino
Sossega lá no Sossego
Morro dos mais sossegados
Onde ele veio morar
Tô quieto, sossegado
Eu não vou mais trabalhar
Nasci pra ser humilhado
É mais negócio deitar
Vou deitar até rolar
E sonhar pra melhorar
Ninguém vai me escravizar
Sou dono e não empregado
Tenho a vida pra gastar
Não gasto, nem sou gastado
Vou me economizar
Não vou ser esvaziado
Pro meu patrão engordar
Homem não consome o Homem
(Candeia e Arthur Poerner, Morro do Sossego – samba censurado
pela Ditadura Militar em 1971 por “incentivar a luta de classes”)
Se o operário soubesse
Reconhecer o valor que tem seu dia
Por certo que valeria
Duas vezes mais o seu salário
Mas como não quer reconhecer
É ele escravo sem ser
De qualquer usurário
Abafa-se a voz do oprimido
Com a dor e o gemido
Não se pode desabafar
Trabalho feito por minha mão
Só encontrei a exploração
Em todo lugar
(Cartola, Nelson Sargento e Alfredo Português – Samba do Operário)

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