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Caso 32. Temperador de Feijoada

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Vincent
AutorAntonio Carlos da Carvalho Pinto
Ocupação do AutorProfessor de Direito Processual Penal. 'Ex' Coordenador de Direitos e Prerrogativas da OAB/SP.
Páginas303-304

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Sempre que possível, às quartas-feiras, formamos um grupo de amigos e criamos o hábito de nos encontrarmos no "Restaurante Ceasa" para "papo semanal" e degustação da deliciosa e concorrida "feijoada".

Esse hábito defluiu de estreita relação com o Sr. Michel, proprietário do estabelecimento, em conta de inquérito instaurado pelo Denarc, para apuração de tráfico de um psicotrópico chamado "Pervitina", sendo certo que um dos investigados-usuários era o jovem "Michelzinho", obeso mórbido e que, à época, estava com cento e oitenta quilos.

Apurou-se que o tráfico internacional da substância emagrecedora provinha da Argentina e que a droga era camuflada nas "cargas" das deliciosas maçãs, a partir do "Ceasa".

O restaurante agasalha mais de trezentos clientes sentados, sendo certo que "para viagem", na madrugada da quarta, eram vendidas, em média, cerca de mil feijoadas no "marmitex".

Embora a cozinha contasse com vários funcionários, como natural, um deles era o "Chefe", pernambucano, quem,

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até por razões óbvias, reservava, com absoluta exclusividade, para si e só para ele mesmo, a composição e a quantificação de cada componente do "tempero" da feijoada.

A guloseima era cozida numa "panela" de tal modo grandiosa que, por exemplo, um homem com um metro e setenta de altura e noventa e cinco quilos cabia no recipiente, de "braços abertos".

Sucedeu que, por conta de uma desinteligência entre o chefe e um "ajudante" da cozinha, o entrevero redundou que o "dono do tempero" acabou por esfaquear o auxiliar, sendo preso e autuado em "flagrante delito", por tentativa de homicídio.

Isso...

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