Cenas, impasses e abertura a campos possíveis
| Autor | Katia Maheirie, Ana Lídia Campos Brizola |
| Páginas | 1-2 |
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Revista de Ciências HUMANAS, Florianópolis, v. 51, n. 1, pp. 01-02, jan-jun 2017
Editorial
Cenas, impasses e abertura a campos possíveis
http://dx.doi.org/10.5007/2178-4582.2017v51n1p001
O cenário contemporâneo é marcado por antagonismos econômicos,
culturais e políticos, atravessado por concepções autoritárias e reprodução de
valores normativos e pautados no ódio à equidade.
Paralelamente, novas formas de engajamento político têm surgido e, com
elas, novas práticas neste campo passam a apontar que o sujeito político está
em todo lugar e, ao mesmo tempo, em nenhum lugar em especial.
Não é difícil ouvirmos que a população está cada vez mais despolitizada ou
que simplesmente não se interessa pela política. Mas, talvez seja importante,
neste contexto de incertezas e ambiguidades, lançar questões que podem ser
política hoje? Por quais perspectivas têm se constituído? Que territórios são
utilizados para suas ações-conexões? Quais as atuais formas de fazer política
e quais estratégias de resistência têm sido (re)criadas? Para onde apontam e
quais possíveis estão com suas práticas construindo?
De qualquer forma, a relação do sujeito com a política se constitui num
universo axiológico marcado por uma multiplicidade de sentidos, onde nem
sempre as respostas prontas ou as que foram produzidas tempos atrás se fazem
úteis para nosso olhar que busca apreendê-las em alguma inteligibilidade.
Quero dizer com isso que estamos diante de um tema necessariamente
interdisciplinar. Cada disciplina isoladamente não é capaz de fornecer a
inteligibilidade para o tema, nem tampouco apontar caminhos e soluções
absolutas.
Este número não está articulado para responder esta questão, nem se
propôs a isso. A questão da política no contemporâneo pode ser tomada como
exemplo de tema que, embora possa ser foco privilegiado de pesquisas nas
é necessariamente interdisciplinar, como quase todos os temas das ciências
humanas, o que aponta algumas questões para este periódico.
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