Centrão pressiona para recriar Ministério do Planejamento e controlar Orçamento
Mesmo após serem contemplados com o ministério mais prestigioso da Esplanada, a Casa Civil, partidos que compõem o chamado centrão continuam pressionando o governo para recriar o Ministério do Planejamento, cujas funções estão hoje dentro da Economia e envolvem o controle do Orçamento federal.
A aposta nesse grupo de siglas é que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cederá e desmembrará pela segunda vez a pasta de Paulo Guedes.
A primeira divisão no superministério ocorrerá na semana que vem, com a publicação de medida provisória que criará o Ministério do Trabalho e da Previdência, a ser comandado por Onyx Lorenzoni, hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
A mudança faz parte de uma minirreforma ministerial anunciada pelo presidente.
Dentro desse pacote está prevista a ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente da sigla, para a Casa Civil no lugar de Luiz Eduardo Ramos, que passará para a Secretaria-Geral.
Apesar da indicação de um dos principais representantes do centrão, a ideia de caciques desse conjunto de legendas é ter também mais controle sobre o Orçamento, daí o desejo de levar a pasta do Planejamento.
Além disso, há o intuito de políticos de diminuir o poder de Guedes, que já foi considerado um superministro.
No atual governo, antigos ministérios foram rebaixados para o status de secretarias incorporadas pela Economia, como Planejamento, Trabalho e Indústria. Ao todo, a superpasta reúne oito secretarias especiais.
A avaliação de parlamentares é que Guedes acumulou muitas pastas, tem pouco traquejo político e por isso não consegue destravar reformas e botar de pé projetos importantes para o governo, como a reformulação do Bolsa Família.
A repaginação do programa social é uma prioridade não apenas para Bolsonaro, mas para os partidos que pretendem apoiar a campanha dele à reeleição em 2022.
A recuperação da economia e o lançamento de uma iniciativa fortemente popular são as principais apostas para impulsionar a candidatura do presidente.
O centrão é composto por legendas como PP, PL, Republicanos, Avante e Solidariedade, que somam cerca de 200 deputados e hoje garantem a sustentação de Bolsonaro no Congresso.
Integrantes desses partidos dão como certa a recriação do Ministério do Planejamento, mas não esperam que isso ocorra para já.
A expectativa é que, uma vez acomodado na Casa Civil, Ciro Nogueira articule junto a Bolsonaro uma data adequada para a recriação da pasta e também atue para minimizar o...
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