Com predominância do antirracismo, atos nas ruas ampliam oposição a bolsonaro

pauta conjuntaDepois de uma sequência de domingos em que as manifestações de rua foram exclusivas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, incluindo atos concluídos em frente ao Palácio do Planalto com pautas antidemocráticas e que tiveram a participação do presidente, o dia de ontem foi protagonizado por protestos contra o governo. Rio e São Paulo registraram os maiores atos em que a oposição ao governo e a defesa da democracia estiveram juntas de uma bandeira preponderante: a luta contra o racismo, ecoando protestos que vêm ocorrendo em todo o mundo nos últimos dez dias.Nas duas cidades e em Brasília houve também manifestações pró-governo, mas em menor número. Os atos contrários a Bolsonaro ocorreram também em várias outras capitais, como Fortaleza, Maceió, Salvador, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba e Florianópolis. Em sua maioria, os protestos foram convocados por grupos que se dedicam à causa da igualdade racial e à defesa da democracia. Em várias cidades, torcidas organizadas de clubes de futebol estiveram também entre os organizadores.Enquanto lideranças de partidos políticos da oposição estiveram nas últimas semanas envolvidas em debates sobre ir ou não às ruas e sobre assinar ou não manifestos contra o governo e pela democracia, as manifestações de ontem tiveram uma conjugação das pautas sob a predominância do movimento negro, sem a liderança das siglas políticas. A pauta da igualdade racial vive um momento de protagonismo mundialmente desde que a morte do americano George Floyd, vítima da violência policial, desencadeou uma onda global de manifestações.Agregada nos atos de rua a palavras de ordem como "Fora Bolsonaro", essa agenda racial pode resultar em mais desgaste para o governo " vários dos protestos de ontem lembravam posições do presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo, contra o movimento negro, e também declarações anteriores do próprio Bolsonaro contra o ativismo pela igualdade racial. O presidente já vinha sofrendo desgaste nos últimos meses, como mostraram pesquisas de opinião, devido a sua atuação em outra área fora da disputa eminentemente político-partidária: a condução do país em meio à crise sanitária do coronavírus.panelaçosVários manifestantes lembraram ontem as mais de 35 mil mortes no país durante a pandemia. O receio de contribuir para a transmissão do vírus e as recomendações...

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