Comportamento do Consumidor: o Caso da Proibição das Sacolas Plásticas no Município de São Paulo, Brasil

AutorMilena de Moura Régisa - Ana Paula do Nascimento Lamano-Ferreira - Heidy Rodrigues Ramos - Maria Eduarda Soares - Guilherme Alonso Costa - Moisés Aparecido Valente - Pedro Luiz Cortês
CargoUniversidade Nove de Julho, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão Ambiental e Sustentabilidade, SP, Brasil - Universidade Nove de Julho, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão Ambiental e Sustentabilidade, SP, Brasil - Universidade Nove de Julho, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão Ambiental e ...
Páginas74-79
74
UNOPAR Cient., Ciênc. Juríd. Empres., Londrina, v.16, n.2, p.74-79, Set. 2015.
RÉGIS, M.M. et al.
Milena de Moura Régisa*; Ana Paula do Nascimento Lamano-Ferreiraa; Heidy Rodrigues Ramosa;
Maria Eduarda Soaresb; Guilherme Alonso Costab; Moisés Aparecido Valenteb; Pedro Luiz Cortêsa
Resumo
Esta pesquisa procurou vericar o comportamento do consumidor antes e após a proibição da distribuição gratuita de sacolas plásticas pelos
supermercados na cidade de São Paulo (Brasil). Foram comparadas as estratégias utilizadas no período de adequação e no primeiro mês de
proibição. Para isto foram realizadas observações durante dez semanas em quatro bairros, todos localizados no município de São Paulo. Foi
observado o comportamento de 3.778 consumidores. Observou-se que 69% dos consumidores levavam suas compras nas sacolas plásticas,
enquanto eram gratuitas. Após este período observou-se que 65% dos consumidores utilizaram sacolas ecológicas. Outros meios para
armazenamento e transporte foram utilizados.
Palavras-chave: Sacolas Plásticas. Supermercados. Meio Ambiente. Sustentabilidade.
Abstract
This research aims to investigating consumer behavior before and after the ban on free distribution of plastic bags by supermarkets in São
Paulo (Brazil). We compared the strategies used during the adaptation period and also during the rst month of ban. The observations was
carried out during ten weeks in four districts of São Paulo. The behavior of 3,778 consumers was observed and 69% of them took their
purchases in plastic bags when these bags were free. After the ban period, 65% of consumers used ecological bags. It was also observed that
other ways for transportation and storage were used by the consumers.
Keywords: Plastic Bags. Supermarkets. Environment. Sustainability.
Comportamento do Consumidor: o Caso da Proibição das Sacolas Plásticas no Município de
São Paulo, Brasil
Consumer Behavior: the Case of Plastic Bags Prohibition of in the City of São Paulo, Brazil
a Universidade Nove de Julho, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão Ambiental e Sustentabilidade, SP, Brasil
b Universidade Nove de Julho, Curso de Ciências Biológicas, SP, Brasil
*E-mail: milenamregis@hotmail.com
1 Introdução
O crescimento da população humana nas últimas décadas
e a utilização inadequada dos recursos naturais têm causado
muitas consequências para o meio ambiente e para a saúde
humana (BRAGA et al., 2005). De acordo com Dias (2010),
os padrões de consumo do homem são insustentáveis e têm
agravado a crise ambiental, uma vez que a população é treinada
para ignorar os problemas ambientais. O autor relata ainda, que
dentre as principais consequências estão alterações climáticas,
destruição de hábitats, extinção de espécies e poluição, entre
outras. Diante dos fatos, desde a década de 1970, diversos
países passaram a discutir questões ambientais a m de
propor medidas que conduzissem à utilização dos recursos
naturais de maneira sustentável pela população. Uma grande
corrente ecológica ganhou força com a elaboração de políticas
públicas voltadas para a questão ambiental e outros tipos de
interferências governamentais (MARQUES et al., 2010).
Um dos exemplos que pode ser citado é o uso inadequado
das sacolas plásticas em substituição às embalagens de papel
(SANTOS; FREIRE; COSTA, 2012) para a utilização no
comércio em geral. No Brasil, seu uso ampliou-se a partir da
década de 1980 (MARQUES et al., 2010) trazendo diversas
vantagens para o consumidor (SANTOS; FREIRE; COSTA,
2012), além delas serem distribuídas gratuitamente durante as
compras, fazendo com que a população se habituasse ao uso
(SOBRINHO, 2009).
Apesar disso, há diversos problemas decorrentes de sua
produção (MARQUES et al., 2010), utilização e destinação
(GUIMARÃES; ALBUQUERQUE, 2010). Estudos
evidenciam a interferência dos plásticos na saúde ambiental,
discorrem sobre os impactos em ambientes diversos
(ZYLSTRA, 2013; MARQUES et al., 2010), avaliam as
emissões decorrentes de seu uso (MUTHU et al., 2011),
analisam o tempo de degradação (MUELLER; TOWNSEND;
MATSCHULLAT et al., 2012; VAVERKOVA et al., 2012)
ou seu impacto ao longo de seu ciclo de vida (KHOO;
TAN, 2010). Isso tem incentivado o desenvolvimento de
campanhas para o não fornecimento de sacolas plásticas pelos
estabelecimentos comerciais, estimulando sua substituição
por sacolas ecológicas (ecobabags). Alguns municípios
brasileiros, em decorrência, iniciaram campanha de
sensibilização buscando a redução do uso de sacolas plásticas
nos últimos anos (FABRO; LINDEMANN; VIEIRA, 2007;
ALVES; RIBEIRO; RICCI, 2011; TONELLO et al., 2011).
Em 2011, no município de São Paulo, a Prefeitura
Municipal promulgou uma lei que proibiria a distribuição
gratuita ou a venda de sacolas plásticas para os consumidores

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