Conclusão

AutorDardo Scavino
Ocupação do AutorProfessor Titular de Filosofia
Páginas177-189
177
CONCLUSÃO
A filosofia sempre teve suas rivais, certos discursos, prá-
ticas ou disciplinas que quiseram suplantá-la desde seus prin-
cípios. Nos tempos de Platão, já vimos, eram a sofística e a
retórica, com sua arte de persuadir aos cidadãos; no medievo,
foram a teologia e a exegese bíblica. “Mas perto de nós – dirão
Deleuze e Guattari –, a filosofia cruzou-se com muitos novos
rivais. Primeiro foram as ciências do homem, particularmente
a sociologia, que pretenderam substituí-la […] Depois chegou a
vez da epistemologia, da linguística e, inclusive, da psicanáli-
se… e a análise lógica.” Poderíamos acrescentar, talvez, outros
novos pretendentes para ocupar seu lugar: a teoria literária,
os estudos culturais, a ciência da comunicação e até a própria
história intelectual. O certo é que a aparição destes rivais não
é caprichosa, dirão aqueles autores. Ao identificar o pensa-
mento com as linguagens culturais, em suas vertentes estru-
turalistas ou pragmáticas, ou inclusive com a interpretação
de textos, tanto em sua variante desconstrutiva como na her-
menêutica, a filosofia do giro linguístico parecia legitimar o
caminho de sua autodissolução, a ponto de a chamada “era
pós-metafísica” às vezes ser difícil de distinguir de uma “era
pós-filosófica”.
Afinal de contas, que nos diz Richard Rorty? A filosofia e
a ciência parecem-se à poesia, inventam novas “redescrições

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