Conclusões

AutorCristiane Pires
Páginas277-288
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CONCLUSÕES
A) A linguagem, o tempo e o direito
O tempo é um dos temas mais intrigantes do direito.
Quando o examinamos, tratamos de uma categoria que trans-
cende a experiência sensível, mas, ao mesmo tempo, por ela
é dimensionado (vide tempo da dor e tempo da alegria). Não
podemos verificar o tempo empiricamente, nem defini-lo lo-
gicamente, mas podemos sentir suas marcas em nossas vidas,
isto é, nós podemos intuir e experimentar o tempo, o tempo
todo, com uma facilidade inversamente proporcional à nossa
capacidade de explicá-lo.
Em sua imensa riqueza, a linguagem aparece como o pro-
duto da transformação das percepções em modelos mentais. A
linguagem constitui a matéria-prima para que o ser humano
possa atribuir sentido e compreender as coisas e se comunicar,
por isso dizemos que é por meio dela que se constrói a realidade.
É por meio da linguagem, então, que dimensionamos as
nossas experiências e nossa existência temporalmente, que
marcamos o acontecimento das coisas, que intentamos medir
e marcar o passado, ao qual só temos acesso pelos relatos
linguísticos, o presente, que não permanece, e o futuro que só
pode ser idealizado. Vimos que a filosofia nos auxilia ricamen-
te a compreender como o homem tem pensado o tempo desde
os primórdios, de uma forma mais apurada, preocupada em

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