O constructivismo e o rio que corre pela nossa aldeia

AutorCristiane Pires e Charles William McNaughton
Páginas175-180
163
O CONSTRUCTIVISMO E O RIO QUE CORRE
PELA NOSSA ALDEIA
Cristiane Pires1
Charles William McNaughton2
Interpretar é desde sempre. À medida que nosso repertório
cultural se transforma, ora se ampliando, ganhando influxos, in-
teresses, contatos com os mais variados discursos e experiên-
cias, ora se distanciando de certos saberes, perdendo muscula-
tura aqui, ou acolá, conforme o intelecto esteja mais, ou menos,
entretido com determinado campo do conhecimento, o objeto
cognoscente se reapresenta, espelhando, não a “coisa-em-si-
-mesma”, mas nosso ponto de vista, nosso “local hermenêutico”.
Sem embargo: a relação entre o sujeito e o objeto de co-
nhecimento não é apenas intelectual. Há uma intuição emo-
tiva, um certo se posicionar emotivamente, tão decisivo, tão
magistralmente retratado na poesia quando um Alberto
Caeiro enuncia que “O Tejo é mais belo que o rio que cor-
re pela minha aldeia,/ Mas o Tejo não é mais belo que o rio
1. Doutoranda, Mestre pela Universidade de São Paulo. Advogada.
2. Pós Doutorando pela Universidade de São Paulo. Doutor e Mestre pela PUC-SP.
Advogado.

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