Conta bancária como ativo eleitoral

quem paga

Antes de passar a ser cogitado como candidato a presidente da República " o “outsider” da vez, em articulações do bloco dos partidos de Centro ", o nome do empresário Josué Alencar, já estava no tabuleiro da sucessão presidencial desde que ele se filiara ao PR. Ele vinha sendo cortejado como “vice dos sonhos” tanto pelo pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, como pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia procurado o presidente da Coteminas numa tentativa de reeditar a chapa vitoriosa nas eleições presidenciais de 2002 e 2006 formada com o pai do empresário, José Alencar. Josué Alencar vinha sendo cobiçado também por políticos mineiros atrás de alianças locais.

Tanto assédio, segundo os críticos de Josué, só tem uma explicação: dinheiro. As mudanças nas regras de financiamento eleitoral fizeram com que empresários ricos passassem a ser disputados pelos partidos. Como os arranjos com empreiteiras se tornaram mais difíceis, políticos endinheirados surgem como uma solução fácil para o problema de caixa criado pela nova lei eleitoral. Em 2014, quando foi candidato ao Senado em Minas Gerais, Josué declarou patrimônio de R$ 96 milhões "– este seria, segundo alguns políticos, seu maior predicado eleitoral.

" O Josué está sendo muito cortejado, apesar do conteúdo político zero dele. Qual predicado que o Josué tem além de ser filho do José Alencar? Nenhum. Ele só é rico. Eu defendo o limite no autofinanciamento porque senão vai continuar tendo Josués, Dórias, Flávios. É gente que vai se impor na política pelo dinheiro " critica o líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG).

O partido de Delgado entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar fixar um limite ao autofinanciamento. Pelas regras atuais, quem tiver recursos pode financiar integralmente a campanha. A lei fixa apenas um limite máximo de gastos para cada cargo. Para a disputa presidencial, o teto é de R$ 70 milhões.

Assim como Josué, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que quer ser o candidato do MDB a presidente, é autossuficiente no quesito dinheiro. Antes de assumir a Fazenda, Meirelles, apenas em 2016, lucrou R$ 217 milhões com consultoria para grandes empresas. Diferentemente dos candidatos menos abastados, ele não estará à mercê do partido na definição da distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral.

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