A crise das casas

AutorJosé Roberto Fernandes Castilho
Páginas292-301
José Roberto Fernandes Castilho
292
[ VIII ]
A crise das casas
1 Apresentação
Hoje, Humberto de Campos talvez seja mais conhecido – se
é ainda minimamente conhecido – em razão de dois fatos deriva-
dos não propriamente da qualidade de seus escritos, que é diminuta.
O primeiro foi a publicação póstuma de seu Diário Secreto, que ge-
rou, à época, muito escândalo em razão da “irreverência e malícia
com que retratava seus contemporâneos, expondo intrigas que não
tinham chegado ao grande público. Diz, por exemplo, supostamente
repetindo o que ouvira de Afrânio Peixoto, que a família extorquia
dinheiro de Rui Barbosa e que sua esposa o tratava como lho, “se-
não como uma lha”243. Em 1954, quando publicado o diário íntimo,
243 Diário secreto, vol. II, p.113. De Getúlio Vargas – de quem fora adversário mas
que lhe daria emprego no nal da vida, quando já estava muito doente – diz, cruel:
“um bobo risonho, de pernas curtas e covinhas na face, cuja maior alegria consiste
em ouvir dizer que é esperto” (vol. II, p. 131).

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