A crise ambiental e dos paradigmas modernos: fatores para a construção de uma nova axiologia para a pós-modernidade

AutorJimenna Rocha Cordeiro Guedes
CargoMestranda da Universidade Federal da Paraíba ? UFPB
Páginas64-75
A CRISE AMBIENTAL E DOS PARADIGMAS MODERNOS: FATOR ES PARA A
CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA AXIOLOGIA PARA A PÓS-M ODERNIDADE
ENVIRONMENTAL CRISIS AND MODERN PARADIGMS: FACTORS FOR THE CONSTRUCTION OF
A NEW AXIOLOGY FOR POST-MODERNITY
Jimenna Rocha Cordeiro Guedes1
Sumário: Introdução; 1 A modernidade; 1.1 O projeto da modernidade; 1.2 Os pilares e os
princípios da modernidade; 1.2.1 O pilar da emancipação: a racionalidade; 1.2.2 O pilar da regulação; 2 O
projeto da modernidade e a questão ambiental; 3 A crise ambiental; 4 Por uma nova axiologia universal;
Conclusão; Referências.
Resumo: O artigo trata de um estudo sobre a Modernidade através da ótica ambiental,
buscando delimitar, através dos seus pilares, a concepção moderna de meio -ambiente, bem como a
relação deste com o ser hu mano, numa análise que desemboca na crise ambiental e sua estreita relação
com o esgotamento dos paradigmas da Modernidade. No contexto deste esgotamento, o texto busca rá
apontar novos horizontes para uma nova era, calcada em novos valores e numa nova racionalidade.
Palavras-chave: modernidade; meio-ambiente; crise; pós-modernidade.
Abstract: The article focuses on a study of Modernity through the environmental lens,
searching to define, the modern conception of the environment, as well as its relationship with humans, an
analysis that leads to the environmental crisis and i ts close compared with the depletion of the paradigms
of modernity. Within this depletion, the text try to point out new horizons fora a new era, based on new
values and a new rationality.
Keywords: modernity; environment; crisis; postmodernity.
Introdução
Para falar em a mbientalismo de forma co ntextualizada, bem como da cri se ambiental é
necessário que se fale em modernidade . A modernidade carrega em si um projeto que delineou a
concepção de homem, de sociedade, de Estado e de racionalidade, projeto que se co nstituiu desde antes
do capitalismo, dentre os séculos XVI e XVIII, mas que realmente se desenvolveu com o advento deste
como modo de produção dominante nos países europeus.
Este projeto, como veremos, fundou-se no homem individual e e m sua racionalidade como centro
e limite de todas as coisas, desconsiderando a ordem da natureza, instrumentalizando-a, na crença de tudo
se submete à sua razão utilitarista e a seus fins. Trabalharemos neste texto co m o s pilares do projeto de
modernidade bem como com o questionamento deste projeto e de suas pro messas não cumpridas como
fatores da chamada crise ambiental.
A crise ambiental tem uma grande importância para o en frentamento dos paradigmas mod ernos e
para a constatação da sua falibilidade. É sob este enfoque que trataremos a questão da racionalidade
instrumental cartesiana, da ind ividualidade, da externalizaç ão e subjugação do meio ambiente, bem co mo
o papel da supervalorização do princípio do mercado. Todos estes aspectos nos trarão uma compreensão
do que é Modernidade e quais seus projetos ainda se mantêm ou se esgotaram no seio da sociedade. A
partir deste panorama traremos uma reflexão sobre a necessidade de se engendrar novos paradigmas
sociais, racionais e econômicos no âmbito de uma nova ordem axiológica que leve em consideração a
condição humana.
1 A modernidade
O tema da modernidade é alvo de diversos escritores na busca de identificar seus fundamentos e
conseqüências. Os fundamentos da modernidade quase sempre são apontados a partir de critérios como o
do tipo de racionalidade dominante, da atitude do homem para com a sociedade, do modo de produção
vigente, do tipo de Estado, dentre outros.
1 Mestranda da Universidade Federal da Paraíba UFPB. Email: jimenna.rocha@gmail.com

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