Cristo si è fermato a Eboli, de Carlo Levi (1945) e Francesco Rosi (1979): memórias da cor de olhos tristes

AutorGabriela Kvacek Betella
CargoBacharel em Letras (italiano) pela FFLCH-USP, com mestrado e doutorado pela mesma instituição
Páginas50-64
50
Cad. de Pesq. Interdisc. em Ci-s. Hum-s., Florianópolis, v.11, n.98, p. 50-64, jan/jun. 2010
Cristo si è fermato a Eboli, de Carlo Levi (1945)
e Francesco Rosi (1979): memórias da cor de olhos tristes
Cristo si è fermato a Eboli, by Carlo Levi (1945)
and Francesco Rosi (1979): memoirs of sad eyes' colours
Gabriela Kvacek Betella1
RESUMO
Como gênero híbrido a narrativa de Carlo Levi é relato objetivo e elaboração
subjetiva equalizados numa forma literária. Escrito entre 1943 e 1944, o livro evoca
com ares de memória o período de 1935 e 1936, o exílio do escritor. O filme
baseado no relato fragmenta o cotidiano da região problemática e faz sobressair a
verdade almejada pelos discursos compostos em tempos de crise, reforçada pela
ação e expressão sem provincianismo e sem aristocratismo compensatório. É
possível ver uma incapacidade até certo ponto natural do filme de Rosi ao traduzir a
síntese de tratamento literário e reflexão histórico-social. Por isso é necessário ler a
adaptação como atitude sobre a matéria literária e resultado da experiência histórica.
O caráter memorialístico se firma no artifício que aproveita a abertura do livro, o
curto monólogo do autor, moldura da narrativa. A presença da pintura materializa as
questões sobre o absurdo contido nas telas.
Palavras-chave: Gêneros híbridos. Literatura e cinema. Carlo Levi. Francesco Rosi
ABSTRACT
As a hybrid genre, the narrative of Carlo Levi is an objective account and subjective
elaboration that are equalized in a literary form. Written between 1943 and 1944, the
book evokes with an atmosphere of memoir the period of 1935 and 1936, the writer’s
exile. The film based on the narration fragmentizes the daily life of the problematic
region and highlights the truth aimed by the discourses composed in times of crises,
reinforced by action and expression without provincialism and also without a
compensating aristocratic pose. It is possible to see some incapacity of the film by
Rosi, natural to a certain degree, to translate the synthesis of literary treatment and
socio-historical reflection. For this reason it is necessary to read the adaptation as an
attitude about the literary matter and the result of historical experience. The memoir
character relies on the artifice that makes good use of the book’s opening, the
author’s short monologue, its narrative frame. The presence of paintings materializes
the questions about the absurd contained in them.
Key words: Hybrid genres. Literature and Cinema. Carlo Levi. Francesco Rosi
1 Bacharel em Letras (italiano) pela FFLCH-USP, com mestrado e doutorado pela mesma instituição,
ambos em Teoria Literária e Literatura Comparada. Especialista em gêneros literários híbridos.
Atualmente na área de Literatura e Cinema, além de professora no ensino superior.
abrielakvacek@uol.com.br

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