Desempenho e Durabilidade das Edificações

AutorTito Lívio Ferreira Gomide
Ocupação do AutorPerito do Gabinete Gomide e professor de pós-graduação de Engenharia Legal
Páginas63-69

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Desempenho e durabilidade possuem correlações, mas não se confundem. O desempenho pode ser enten-dido como o resultado do funcionamento de um produto e a durabilidade como a capacidade de manter esse funcionamento ao longo do tempo.

O bom desempenho pode ser temporário, tais como os modelos dos imóveis dos estandes de vendas, ou prolongados, como aqueles dos museus e imóveis históricos.

A boa relação de tais requisitos indica a medida da qualidade do produto. Essa combinação tem influência significativa no custo do produto imobiliário e, consequentemente, é relevante na política habitacional de qualquer país.

Evidentemente, como a maioria dos produtos industriais, as edificações podem possuir desempenhos e durabilidades diversificados, resultantes de suas medidas de qualidade de fabricação, e daquelas da manutenção e do uso, no decorrer da vida útil.

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A qualidade edilícia depende, também, da combinação de diversos fatores, podendo-se relacionar como itens fundamentais aqueles da construção (projeto, execução e materiais) e da manutenção, ao longo da vida útil.

Via de regra, são diretamente proporcionais as medidas de qualidade e custo das edificações, ou seja, quanto maior a qualidade, maior o custo, e vice-versa. Estudo do renomado Prof. Fernando Henrique Sabbatini no sistema de impermeabilização, por exemplo, revelou que a vida útil das impermeabilizações pode ser dobrada com o aumento do custo inicial em 60% e quintuplicada com o acréscimo de apenas 150% do custo inicial. Ou seja, sob a análise de longo prazo, o produto de melhor custo-benefício e de melhor desempenho e durabilidade é aquele de maior custo inicial

Em geral, as edificações são projetadas e construídas com previsão de oferecer uma medida de qualidade (desempenho e durabilidade) que atenda as exigências dos usuários, baseada em parâmetros determinados de segurança, habitabilidade e sustentabilidade, associados à determinada durabilidade e vida útil.

Admitindo-se que os usuários das edificações façam exigências de qualidade proporcionais aos seus padrões econômicos, fácil perceber que diversos podem ser os níveis de qualidade das edificações, e, consequentemente, diversos são os custos dessas exigências na composição do valor total do imóvel. Mas o principal fator de influência nos custos da qualidade edilícia, sem qualquer dúvida, é o fator durabilidade, mesmo adotando-se bons

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requisitos mínimos de desempenho (habitabilidade, segurança e...

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