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O direito dos animais de companhia

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Vincent
AutorDeborah Regina Lambach Ferreira Da Costa, Fabiano Montiani Ferreira
Páginas24-39
O direito dos animais de companhia
Revista Brasileira de Direito Animal, e-issn: 2317-4552, Salvador, volume 13, número 02, p. 24-39, Mai-Ago 2018
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O direito dos animais de companhia
The right of companion animals
Recebido: 19.07.2018 | Aceito: 10.08.2018
Resumo
O presente artigo pretende discutir se as alterações havidas nos Códigos Civis suíço, francês,
alemão, austríaco e português, no que diz respeito aos animais, devem ser incorporadas ao
Código Civil brasileiro. Isso porque, nesses países, o Código Civil dispõe que os animais são
seres sensíveis, regidos por lei especial e, portanto, não mais “objeto” de posse ou propriedade,
reconhecendo-se o valor intrínseco que possuem, embora não se enquadrem na categoria de
pessoa, “status” atribuído ao ser humano. De modo que, por não possuírem personalidade,
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ter reconhecida a sua natureza de ser vivo sensível, dotando-lhe o ordenamento jurídico de
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Na toada dessa evolução, os animais de companhia tem sido objeto de guarda compartilhada
do casal ou dos conviventes quando do rompimento da comunhão de vida. No divórcio ou
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o regime de bens, mas considerar os animais de companhia como seres sencientes, capazes
de dar e retribuir afeto, parte integrante da família. O afeto que une os membros da família
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estende aos animais de companhia.
PalavRas-chave: Animais. Bens. Seres sencientes. Animais de companhia. Aletração do Codigo
Civil. Divórcio. Guarda compartilhada. Dano moral.
abstRact
This article intends to discuss if the changes occurred in the Civil Code of Switzerland, France,
Germany, Austria and Portugal, concerning animals, should be incorporated in the Brazilian
Deborah Regina Lambach Ferreira da Costa
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em 1983. Mestre e doutora em direito civil comparado pela
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Paulo desde 1992. Procuradora do município de São Paulo.
Email: deborahlambach@hotmail.com. Lattes: http://lat-
tes.cnpq.br/1002193677066082
A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente
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Arthur Schopenhauer
Fabiano Montiani Ferreira
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Lattes: http://lattes.cnpq.br/8220825890706508
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evista Brasileira de Direito Animal, e-issn: 2317-4552, Salvador, volume 13, número 02, p. 24-39, Mai-Ago 2018
Deborah Regina Lambach e Fabiano Montiani Ferreira
Civil Code. The reason is because in these countries, the Civil Code rules that animals are
sentient beings, ruled by special laws, and therefore no longer in possession or property of its
owner, recognizing the intrinsic value they possess, altough they have no personality, “status”
attributed to human being. So that, because they do not have personality, they would belong to
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social, cultural and juridical consensus that the nonhuman animal must have recognized its
sensuous living nature, so they should have equal rights, and they can no longer be considered
as a simple piece of furniture. In the toad of this evolution, companion animals have been
the object of shared custody of the couple when marriage ends. In divorce or in stable union,
the tendency of judicial decisions is not to share the good according to the marital property
systems, but to consider pets as sentient beings, able to give and give back affection, as part
of the Family. The affection that unites Family members, nuclear ones, single parent ones,
extended Families, chidless ones, stepfamilies, and so on, is also the same affection that unites
the Family members to its companion animals.
KeywoRds: Animals. Assets. Sentient beings. Pets. Changes in Civil Code. Divorce. Moral
damage.
sumáRio: 1. Direitos dos animais de companhia. Conceito e características. Alteração nos
Códigos Civis da França, Suiça, Áustria, Alemanha e Portugal. O animal como ser senciente.
Propriedade viva. Necessidade de mudança de paradigma com alteração do Codigo Civil
brasileiro. Decisões jurisprudenciais no Direito de Familia reconhecendo novo status ao animal
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que os animais vêm sendo tratados pelo homem na sociedade moderna: “os animais
são como robôs: eles não podem raciocinar ou sentir dor”.
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familiar ou num contexto social mais amplo.1
A relação entre o homem e os animais inicialmente era de predação, passando mais
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mais óbvios e conhecidos como produção de comida, vestimentas, companhia, proteção ou
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seja, o homem primitivo se preocupou com estes aspectos para somente depois se preocupar
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criatura do homem com os cães e, com isso, certo senso de responsabilidade.
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ou de proximidade ao núcleo de pessoas que eles se relacionam e as atividades, quando
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