Divididos, evangélicos são alvo de cobiça conservadora

decisivos na políticaA população evangélica multiplicou-se por quatro no Brasil desde os anos 1980 e deve ultrapassar a católica a partir de 2040. O crescimento refletiu-se no Congresso, que, no mesmo período, viu triplicar de tamanho a bancada de deputados federais ligados às igrejas.Esses e outros dados expõem o que está por trás de ações recentes de políticos que miram o voto conservador. Nas últimas duas semanas, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), tentou impedir na Bienal do Livro a venda de gibis para jovens com um beijo gay. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), quis recolher apostilas sobre diversidade de escolas públicas.A Justiça impediu as medidas, mas a repercussão atingiu em cheio o eleitor que fez a diferença na vitória de Jair Bolsonaro em outubro passado. Uma pesquisa Datafolha divulgada durante o segundo turno apontou que o então candidato do PSL bateu 70% de apoio entre os evangélicos. É rara a marca no segmento em disputas eleitorais.Embora tratado como um público homogêneo " classificado muitas vezes, e preconceituosamente, de rebanho " os evangélicos brasileiros e suas lideranças divergem historicamente nos campos ideológicos, políticos e nos negócios. Ou seja, nunca é garantido que a mensagem de um político seja absorvida da mesma forma por todo o complexo universo de fiéis." Quem pensa que há unanimidade no meio evangélico não entende nada. Se fosse assim, a Assembleia de Deus, denominação que tem mais fiéis no Brasil, teria muito mais representantes no Congresso " afirma o pastor Silas Malafaia, líder da Vitória em Cristo, apenas um entre os vários ramos da Assembleia de Deus (há ainda congregações como o Ministério de Madureira, comandado por Abner Ferreira, e o de Belém do Pará, liderado por Samuel Câmara).Malafaia, por exemplo, passou de aliado nos anos 1990 do bispo Edir Macedo, fundador da Universal, para rival na última década. No segundo turno da eleição de 2014 para o governo do Rio, protagonizou um bate-boca em evento na Ordem dos Advogados do Brasil com Crivella, sobrinho de Macedo, ao reclamar da ofensiva da Universal na compra de horários de TV e rádio que antes eram de Malafaia.Esse tema, aliás, provocou muitas disputas entre os líderes evangélicos nos últimos anos. Foram frequentes as vezes em que o apóstolo Valdemiro Santiago, da igreja Mundial do Poder de Deus, e o missionário R.R. Soares, da Internacional da Graça de Deus, trocaram farpas em público...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT