Editorial

AutorMyriam Raquel Mitjavila
CargoEditora
Páginas1-3
DOI: 1984-8951.2012v13n103p1, 1
Cad. de Pesq. Interdisc. em Ci-s. Hum-s., Florianópolis, v.13, n.103, p.01 -03, ago/dez 2012
Editorial
Em breve, Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas
celebrará uma década de existência. Ao longo dessa trajetória, não foram poucos os
desafios que suas equipes editoriais enfrentaram, desafios cotidianamente
experimentados pelos editores de periódicos científicos no Brasil. Misto de bravura e
aventura, mas também de rigor na busca da qualidade e da transparência
necessárias à divulgação do conhecimento científico, o trabalho editorial constitui
uma das expressões materiais mais significativas da direção, alcance e perfil da
produção científica da ou das áreas de conhecimento envolvidas no foco e escopo
de cada revista.
O presente número não foge a essa característica. Os leitores terão a
oportunidade de entrar em contato com uma rica e diversificada amostra da
produção intelectual de caráter interdisciplinar que, oriunda das ciências humanas,
optou pela sua divulgação por meio do nosso periódico.
Nove artigos compõem os três segmentos desta edição. O primeiro reúne três
textos que tratam de problemáticas diversas em torno das representações que,
sobre aspectos relevantes da condição humana na modernidade, foram construídas
nos campos da arte, da ciência ou da técnica. Dois desses artigos examinam
questões inerentes ao papel da imagem fotográfica na produção de significados, em
um caso em torno da (a)normalidade e, em outro, acerca da criminalidade. A partir
de uma perspectiva histórica e etnográfica, Neusa Rolita Cavedon indaga o papel do
material fotográfico produzido por peritos criminais na construção de olhares sobre o
crime e a criminalidade, mostrando o caráter dual da fotografia, no sentido de se
constituir, ao mesmo tempo, como realidade material ou prova judicial e como ficção
suscetível de transportar diversos significados e interesses sociais. No artigo
seguinte deste primeiro segmento, Daniela Szwertszarf analisa a produção
iconográfica da fotógrafa artística norte-americana Diane Arbus, que, com seus
registros de deformidades e deficiências corporais, teria contribuído
significativamente para a construção de um novo tipo de sensibilidade que, como
aponta a autora do texto que ora publicamos, demonstra que a monstruosidade
provém do olhar de quem olha, e não do corpo de quem é olhado. A problemática do
corpo ocupa um lugar de destaque também no artigo que encerra este segmento,
intitulado “O fator humano: aproximações a partir da obra de Georges Friedmann”,

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