Fagulhas que não se apagam: revolução russa, políticas públicas e movimentos do crescimento (anos 1930- 1970)

AutorFranklin Douglas - Orlando Oscar Rosar
CargoJornalista e Advogado - Economista
Páginas477-501
Artigo recebido em: 26/03/2018 Aprovado em: 09/05/2018
FAGULHAS QUE NÃO SE APAGAM:
Revolução Russa, políticas públicas e
movimentos do crescimento (anos 1930-
1970)
Franklin Douglas1
Orlando Oscar Rosar2
Resumo
Re exão sobre a questão social e sua emergência a partir da entrada do prole-
tariado como sujeito político, após a Revolução Russa de Outubro de 1917. A
análise que se apresenta tem o propósito de relacionar, historicamente, os com-
ponentes dos movimentos de aceleração e desaceleração do crescimento econô-
mico, com destaque para o período denominado de anos dourados, nos quais
foi predominante a intervenção do Estado, mediante um modelo de regulação,
que ao mesmo tempo favorecia a acumulação de capital e o equilíbrio na relação
entre capital e trabalho. O declínio desse processo na segunda metade dos anos
1970 faz emergir de modo mais explícito o con ito distributivo e social que não
se explica a partir de fatores “exógenos, pois está diretamente relacionado ao
próprio movimento do capital nos países centrais e periféricos. Expõe sobre a
in uência desse processo na constituição, ascensão e  m do Welfare State e a
regulação social tardia no Brasil. A partir de revisão bibliográ ca na temática,
1 Jornalista e Advogado, Doutor em Políticas Públicas pelo Programa de Pós-Graduação
em Políticas Públicas (PPGPP) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Professor
adjunto do curso de Comunicação S ocial do Instituto Maranhense de Ensino e Pesquisa
(IMEC) e professor substituto do curso de Direito da Universidade Estadual do Maranhão
(UEMA). E-mail:
franklin.ufma@gmail.com
/ Endereço: Instituto Maranhense de
Ensino e Pesquisa - IMEC: Av. São Marçal, 214 - João Paulo- São Luís/MA.
2 Economista, Doutorando em Políticas Públicas pelo PPGPP/UFMA, Professor adjunto IV
do curso de Economia da UFMA.E-mail: rosar2@uol.com.br / Endereço: Universidade
Federal do Maranhão - UFMA: Av. dos Portugueses, 1966, Bacanga - São Luís – MA. CEP
65080-805
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Franklin Douglas | Orlando Oscar Rosar
elabora sobre o legado deixado pela Revolução Russa e projeta acertos e erros
que devem ser considerados na construção de uma nova ordem societária.
Palavras-chave: Questão social, Revolução russa, Estado de Bem-Estar S ocial,
crise, acumulação.
SPARKS THAT DO NOT GO OUT: Russian Revolution, public
policies and growth movements (1930s-1970s)
Abstract
Re ection on the social issue and its emergence from the entrace of the prole-
tariat as a political subject, a er the Russian Revolution of October 1917.  e
analysis presented here has the purpose of relating, historically, the components
of the acceleration and deceleration movements of economic growth, especially
the period known as golden years, in which the intervention of the State was
predominant, through a model of regulation, Which at the same time favored
capital accumulation and equilibrium in the relation between capital and labor.
e decline of this process in the second half of the 1970s makes it appear more
explicitly the distributive and social con ict that is not explained by “exoge-
nous” factors, since it is directly related to the movement of capital itself in cen-
tral and peripheral countries. It exposes on the in uence of this process in the
constitution, ascent and the end of Welfare State in the western world and late
social regulation in Brazil. From a bibliographic review on the subject, elabora-
tes on the legacy le by the Russian Revolution and projects hits and errors that
must be considered in the construction of a new social order.
Key words: Social issue, Russian revolucion, Welfare State, crisis, accumulation.
1 INTRODUÇÃO
Os chamados Anos Dourados são marcados pelo crescimento
de tipo fordista, baseado numa produção e num consumo de massa.
Nesses anos do pós-guerra, veri cou-se a generalização da divisão
taylorista do trabalho, sobretudo nos países da Europa. A generaliza-
ção do taylorismo, com produção em cadeia, permitiu elevar a pro-
dutividade, ofertando de bens estandardizados em grandes séries,
principalmente nos países do velho continente.
O crescimento da produtividade possibilitou a elevação dos
lucros, o que estimulava novos investimentos, ao passo que os preços
dos bens caíam em termos reais. A expansão da atividade econômi-
ca com forte de manda por força de trabalho possibilitou a elevação
dos salários, embora a composição orgânica do capital se ele vasse,
sobretudo se comparada à composição vigente na Europa do entre
guerras.

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