História das cidades

AutorEdson Jacinto da Silva
Páginas19-24

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A dificuldade de se buscar a origem do Município em nada impede avaliar a descoberta de sua importância e natureza, visto que a história, há muito, já certificou que este se edificou fundamentado na premente necessi-dade do homem em munir a sua segurança defensiva, imprescindível para sua evolução animal.

Conquanto o ideal defensivo tenha justificado o aparecimento das primeiras aglomerações urbanas no ciclo mesolítico, não se pode perder de vista que esta organização, primeiramente, decorreu do respeito aos mortos, já que o homem paleolítico, em função do devotamento aos antepassados, fixava um local para descanso, o qual se transformou em marco de retorno dos vivos e, não raras vezes, em santuários, a exemplo de “Meca, Roma, Jerusalém, Benares, Pequim, Quito, Lourdes”.1Fustel de Coulanges, ao analisar a cidade antiga, deixou manifesta a presença da religiosidade como o mecanismo aglutinador da sociedade.2O estabelecimento dos santuários dedicados aos mortos, fez abrolhar povoados, e nessas localidades o homem encontrou provisão alimentar que deu condições para se desenvolverem as práticas agrícolas e pecuárias, sendo que tais produções foram fator determinante para a fixação do homem.

A segurança ocasionada pela abundância de alimentos ocasionou o aumento populacional significativo, tendo em vista que a fartura alimentar garantiu a sobrevivência de um maior número de grupos que ali se ajuntaram.

José Nilo de Castro, com a sua competência, nos informa que a ligação dessas famílias, que segundo a língua grega recebeu o nome de fratria, enquanto para a língua latina denominava-se cúria —, foi o embrião para a formação das cidades, especialmente porque, em função de sua multiplicação, formaram-se as tribos “[...] e daí, chegando-se à cidade, com perfil de uma confederação, respeitando-se, à evidência, a autonomia das cúrias ou fratrias”.3

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Segundo lição dos mestres Ricardo Santos Diez e Julio Castelao Rodríguez,

La ciudad, gracias al transporte, primero a través de las grandes vias fluviales – a Babilônia iban los comerciantes por el rio, a favor de corriente y volvían por tierra-, despues por tierra con animales y con La invención de la rueda, accede al poder sobre hombres y recursos en zonas remotas. Hasta tal punto era vital para la ciudad el transporte, que lãs grandes urbes para asegurar sus “líneas de vida” no tienen inconveniente en emprender guerras con otras pequeñas ciudades que puedan cortar estas vías. Tiende a extender sus fronteras. Se explica así el camino político del centro urbano hacia el império.4Destarte é possível perceber que a existência das cidades, a partir da transformação das aldeias, foi motivada por fatores exógenos ou fatores endógenos, em razão da religiosidade, da necessidade de aumento da produção de alimentos, da segurança pessoal, do aumento demográfico, entre outros.

O ressurgimento do regime municipalista romano em chão europeu passou a ser constatado a partir da insurreição contra o feudalismo no séc. XI e XII ocorrido na França, cujo escopo buscado era a independência dos senhores feudais e a autonomia da cidade.

Assim, no...

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