Imposto de renda das pessoas jurídicas

AutorAntonio Ganim
Páginas391-443
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IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS
19.1. INTRODUÇÃO
A Constituição Federal em seu art  inciso ))) estabeleceu que a com
petência tributária do )mposto de Renda cuja regramatriz constitucional
é imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza é da União
Já no art    inciso ) determinou que o )mposto de Renda será
informado na forma da lei pelos critérios de generalidade universalida
de e progressividade
Generalidade impõe que o imposto deve recair sobre todos sem
exceção incid indo sobre todas as pessoas domiciliadas ou resi
dentes no Brasil sem distinção de nacionalidade sexo idade e
estado civil ou proissão bastando que se veriiquem as situações
descritas na lei para a coniguração do fato gerador do tributo
Universalidade ou equidade horizontal exige que em regra to
dos e quaisquer rendimentos sejam tributados
Progressividade ou equidade vertical sistema de tributação em
que a alíquota tem o seu porcentual majorado à medida que au
mentase a base de cálculo
392 SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO – Aspectos Regulamentares, Tributários e Contábeis
O )mposto de Renda subordinase a todos os princípios gerais de tri
butação insculpidos em nossa Constituição mas alguns apresentam cone
xão mais estreita quais sejam
Princípio da reserva legal segundo o art  inciso ) da CF é ve
dado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça Tratase
de um reforço no campo tributário do princípio geral da legalidade
pelo qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algu
ma coisa senão em virtude de lei art  inciso )) O )mposto de
Renda deve amoldarse inteiramente a esse princípio porquanto
somente a lei tem o poder de alterar a sua coniguração
Princípio da irretroatividade é vedado cobrar tributos em rela
ção a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado CF art inciso ))) a
Com efeito as alterações na legislação do )mposto de Renda não
retroagem para prejudicar o direito adquirido o ato jurídico per
feito e a coisa julgada
Princípio da anterioridade por este princípio a Constituição Fe
deral veda a cobrança de tributos no mesmo exercício inanceiro
em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou
CF art  inciso ))) b Assim as alterações da legislação do
)mposto de Renda que representem instituição de novas incidên
cias ou majoração do tributo só passam a viger no exercício se
guinte ao de sua publicação
Princípio da igualdade ou isonomia pelo art  inciso )) da
Constituição Federal proíbese conferir tratamento desigual
entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente
sendo vedada qualquer distinção em razão de ocupação prois
sional ou função por eles exercida Logo a legislação concernente
ao )mposto de Renda não pode estabelecer normas que afrontem
tal princípio ou seja há que se respeitar a isonomia entre contri
buintes desse imposto
Princípio da capacidade contributiva e da pessoalidade expresso
no   do art  da Constituição signiica que a tributação deve
levar em conta as características pessoais do contribuinte obser
vando também a sua capacidade econômica
O Código Tributário Nacional tratou o )mposto de Renda em seus
arts  a  nos quais deiniu o fato gerador a base de cálculo e o con
tribuinte
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
Outro aspecto que consideramos foi a adoção da International Finan-
cial Reporting Standards )FRS as Normas )nternacionais de Contabilida
de tornadas obrigatórias pela Lei n  que ao incluir o   ao
art  da Lei n  trouxe signiicativas mudanças na contabi
lidade do setor elétrico principalmente com a aprovação da )nterpretação
Técnica CPC   Contratos de Concessão e OCPC   Contratos de Con
cessão emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC e apro
vadas pelo Conselho Federal de Contabilidade CFC que fez a correlação
com as Normas )nternacionais de Contabilidade previstas na International
Financial Reporting Standards Committee )FR)C )nicialmente essas nor
mas contábeis não foram aceitas pela Receita Federal do Brasil RFB que
acabou criando mecanismos de anulação dos efeitos no resultado das em
presas cujos ajustes foram feitos com base no Regime Tributário de Tran
sição RTT Com a Lei n  essas normas contábeis com raras
exceções foram aceitas para ins tributários sendo extinto o RTT
Assim considerando que o nosso interesse é o )mposto de Renda
da pessoa jurídica em que o fato gerador se dá pela obtenção de lucros
por meio das atividades operacionais e pelos acréscimos patrimoniais
decorrentes de ganhos de capital passaremos a abordar os aspectos re
lacionados à tributação desse imposto somente para a pessoa jurídica
com ênfase na apuração do imposto com base no lucro real e presumido
voltado para as empresas do Setor Elétrico
19.2. CONTRIBUINTE
O Código Tributário Nacional CTN em seu art  deine que contribuinte
do imposto é o titular da disponibilidade econômica ou jurídica de renda e
proventos de qualquer natureza a que se refere o art  in verbis
Art  O imposto de competência da União sobre a renda e proventos
de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibili
dade econômica ou jurídica
)  de renda assim entendido o produto do capital do trabalho ou da
combinação de ambos
))  de proventos de qualquer natureza assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior
)TG   Contratos de Concessão aprovado pela RESOLUÇÃO CFC N  de
 e CTC   Contratos de Concessão  aprovado pela RESOLUÇÃO CFC N
 em 

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