A inclusão digital nas ifes nordestinas: reflexões a partir das ações desenvolvidas durante a pandemia
Autor | Lucélia Maria Lima da Silva Gomes - Kamilla Alves Duarte - Andreza Freire da Silva - Danielle Marinho Barros da Silva Moura |
Cargo | Mestre em Psicologia e psicóloga da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) - Mestre em Serviço Social e assistente social do Instituto Federal de Alagoas - Especialista em Gestão de Políticas Sociais e assistente social da Ufal - Especialista em Saúde do Adulto e do Idoso e assistente social da Ufal |
Páginas | 29-45 |
A INCLUSÃO DIGITAL NAS IFES NORDESTINAS: reflexões a partir das ações desenvolvidas
durante a pandemia
Lucélia Maria Lima da Silva Gomes
1
Kamilla Alves Duarte
2
Andreza Freire da Silva
3
Danielle Marinho Barros da Silva Moura
4
Resumo
A inclusão digital faz parte das dez áreas apontadas pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil. Este termo
apareceu com mais frequência nos sites das Instituições Fed erais de Educação Superior durante a pandemia do novo
coronavírus. Este artigo busca refletir sobre as ações de inclusão digital desenvolvidas pelas universidades e institutos
federais de educa ção, antes e após a pandemia da COVID-19, mormente pelos setores da assistência estudantil. F oi
realizado um levantamento nos sites das 26 instituições federais de educação da Região Nordeste, no período de setembro
de 2020 a janeiro de 2021. Os resultados apontaram que a pande mia impulsionou o desenvolvimento de ações de inc lusão
digital, pouco desenvolvidas antes desse período. Destaca, ainda, a necessidade de avanços, por parte das instituições, na
ampliação do repertório dos estudantes para estudo em ambiente virtual.
Palavras-chave: ensino remoto. ensino superior. PNAES. COVID-19.
DIGITAL INCLUSION IN NORTHEASTERN IFES: reflections from the actions developed dur ing the pandemic.
Abstract
Digital inclusion is part of the ten areas identified by the National Student Assistance Program. This term appeared more
frequently on the websites of Federal Institutions of Higher Education during the new coronavirus pandem ic. This article
seeks to reflect on the digital inclusion actions developed by un iversities and federal education institutes, before and after the
COVID-19 pandemic, especially by the student assistance sectors. A survey was carried out on the websites of the 26
federal education institutions in the Northeast Region, from September 2020 to January 2021. The results showed that the
pandemic boosted the development of digital inclusion actions, little developed before that period. The need for advances by
institutions to expand the students' repertoire for study in a virtual environment is highlighted.
Keywords: Remote teaching. University education. PNAES. COVID-19.
Artigo recebido em: 21/09/2021 Aprovado em: 20/05/2022
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v26n1p29-45
1
Mestre em Psicologia e psicóloga da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). E-mail para contato:
lucelia.silva@proest.ufal.br
2
Mestre em Serviço Social e assistente social do Instituto Federal de Alagoas. millalves89@gmai l.com
3
Especialista em Gestão de Políticas Sociais e assistente social da Ufal. E-mail: andreza.si lva@proest.ufal.br
4
Especialista em Saúde do Adulto e do Idoso e assistente social da Ufal. E-mail: danie lle.silva@proest.ufal.br
Lucélia Maria Lima da Silva Gomes, Kamilla Alves Duarte, Andreza Freire da Silva e Danielle Marinho Barros da Silva
Moura
30
1 INTRODUÇÃO
Para Alonso, Ferneda e Santana (2010, p. 156) a inclusão digital pode ser compreendida
como “ações que buscam inserir o cidadão por meio do aprendizado, oferec endo-lhes as habilidades
necessárias para manipular a tecnologia de acesso à informação”. Ela é uma das dez áreas que
compõem o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), documento que fundamenta as
ações desenvolvidas no âmbito da assistência estudantil das Instituições Federais de Ensino Superior
(IFES) e dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). No entanto, é em 2020, com
o surgimento da pandemia do novo coronavírus, que este termo aparece com mais frequência nas
páginas e ações dessas instituições.
Em 2007, por meio do Plano Nacional de Assistência Estudantil, a Associação Nacional
dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (ANDIFES), fundamentada nas Pesquisas do Perfil
Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das IFES, realizadas em 1997 e 2003/2004
pelo Fórum Nacional de Pró-reitores de assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE), apontou
que o resultado referente ao conhecimento básico de informática dos estudantes reafirmou a
necessidade de investimentos “para viabilizar a execução de projetos que se alinhem ao Plano
Nacional de Assistência Estudantil” (ANDIFES, 2007, p.9). Ainda conforme este documento,
[...] o acesso à internet está relacionado ao aumento no nível de conhecimento em
informática que em 1997 era de 22,85, passando para 43,9% em 2003/20 04. O percentual
de estudantes que não dominam este recurso reduziu de 24,65%, na primeira pesquisa, para
4,7%, na 2ª pesquisa. O acesso à internet está diretamente relacionado à posse do
equipamento. Os dados apon tam para a necessidade de desenvolver políticas e ações de
inclusão digital nas IFES, principalmente, junto aos estudantes da categoria C, D e E, 43,1%
raramente utiliza a Internet e 10,1% nunca utilizou (2007, p. 12).
É nesse sentido que, em 2010, a inclusão digital passa a fazer parte das dez áreas
apontadas no Decreto 7.234 que trata do PNAES, devendo compor as intervenções realizadas pelos
setores da assistência estudantil nas IFES e IFs. O objetivo dessa ação seria ampliar os índices de
permanência do estudante de graduação, propiciar a inclusão social através da educação e garantir o
desempenho enquanto sujeito social, "tendo em vista a indiscutível importância da informática como
veículo de informação e realização de pesquisas científicas” (ANDIFES, 2007, p. 8).
Ocorre que, no início de 2020, o Brasil se deparou com a pandemia da COVID -19
causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2). Em função das medidas adotadas pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), mormente o distanciamento físico, as atividades rotineiras da população
foram paralisadas, como atividades laborais diversas e a educação em seus diversos níveis. Como
consequência, foi observado o acirramento da desigualdade social e o uso mais frequente das
chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) que figuraram como alternativa para
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