Introdução

AutorRaimundo Simão de Melo/Cláudio Jannotti da Rocha
Páginas29-31

Page 29

Vivemos num mundo em que a verdade encontra-se na tela dos computadores e dos celulares, e não mais nas páginas dos jornais e das revistas impressas. Afinal, para a notícia ser real, atualmente, não basta retratar os fatos, deve ser rápida e, se possível, instantânea ou ao vivo, caso contrário ela será meia verdade. A comunicação entre as pessoas (até mesmo no processo) não mais ocorre necessariamente de maneira pessoal, pelo contrário, regra geral, nos correntes dias dar-se-á de forma interligada por uma rede sem fio e virtual, através dos mais diversos aplicativos e rede sociais. A distância geográfica ficou diminuída e, para fins da comunicação, não mais existe. O mundo parece que ficou menor, bem como diz uma música do Rappa “O horizonte é logo ali!”.

Armazenamos nossos dados, fotos, documentos, livros, informações, músicas, filmes, contatos e até processos não mais fisicamente em armazéns, caixas ou agendas e sim em nuvens que não são nuvens reais, mas imaginárias, que flutuam entre nós e que nos acompanham, mesmo que não consigamos vê-las, mas as quais podemos resgatá-las a qualquer momento e de qualquer lugar, basta querer e apertar um botão que ela aparece para nos ajudar, bem estilo Aladim, o Gênio e a Lâmpada Maravilhosa.

Neste mundo, denominado por Zygmunt Bauman como modernidade líquida, as formas fixas e estanques deram lugar para a volatilidade e a variedade, e assim, entraram em cena a criatividade e a mistura. Não se sabe mais o que é a causa e o que é a consequência, tudo está misturado, e assim já se fala no mundo do trabalho pós-toyotismo, afinal agora tudo é cross, o modelo de carro (que, ao mesmo tempo, tem que andar na cidade e no campo, fora o fato de que na Holanda já se fala em carro que voa, pode ser que estejamos próximos do roteiro do filme Trovão Negro), passando pelas músicas (Caetano Veloso cantando junto com Criolo, ao som de uma orquestra, é a MPB se juntando ao funk e ao hip hop e vice versa, falando a mesma língua), pelas comidas (em Brasília já existe pizza com coxinha na borda e descobre-se que a gordura faz bem e que o carboidrato não é necessariamente obrigatório). O processo agora também é cross, ora digital, ora pessoal. Ser fit é o ideal e ser magro é o almejado por muitos (na atividade física os exercícios básicos misturam-se aos treinamentos diferenciados, eis que surge o crossfit), aparelhos celulares (que se tornaram computadores que cabem na palma da mão e que fazem mil e uma coisas, com os mais diversos tipos de aplicativos, até mesmo de Tribunais de Justiça, de televisão, de relacionamento e de banco) e no ambiente do trabalho (já que pode-se trabalhar “fora” da empresa, de qualquer lugar, inclusive de dentro de casa).

O inimaginável a cada dia torna-se imaginável através da revolução científica e tecnológica, que ao mesmo tempo permite que o ser humano evolua, fazendo novas descobertas e aprimoramentos que possibilitam o envelhecimento com qualidade de vida e, até mesmo cura de doenças até então fatais. Lado outro, essa revolução...

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