Jacarezinho: boletim médico aponta que cinco dos 28 mortos tinham faces dilaceradas

Agência O Globo -Todos os 20 homens — vindos da Favela do Jacarezinho, no último dia 6, após uma operação da Polícia Civil —, que deram entrada no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, já estavam mortos. É o que afirma os boletins de atendimento médico (BAMs) da unidade de saúde. Os outros cinco homens socorridos e levados para o Hospital municipal Evandro Freire, na Ilha, também já estavam sem vida quando chegaram. No dia da ação, que é considerada a mais letal da História do Rio, a Polícia Civil afirmou que "todos os suspeitos foram socorridos" para três unidades. O Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, também recebeu outros baleados. Nos boletins consta o estado em que os corpos chegaram nos hospitais. Cinco dos 28 mortos, levados para a unidade da Ilha, são descritos nos documentos com "faces dilaceradas".Ainda de acordo com os relatórios dos médicos, nenhum dos homens estava com identificação. Os corpos foram levados para o Instituto Médico-Legal (IML). Todos eles foram levados pela Polícia Civil e deram entrada no setor de politrauma nas unidades de saúde. Os relatórios apontam também que eles foram atingidos por armas de fogo, e os disparos acertaram o rosto, o abdômen e as costas. Em nenhum dos documentos constam nomes. Os BAMs foram encaminhados à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ).VEJA TAMBEM: Arcebispo do Rio celebra missa no Jacarezinho em memória dos 28 mortos em operação da Polícia CivilSegundo os boletins, o primeiro atendimento no hospital da Ilha ocorreu às 9h19. O homem, por causa de um ferimento por arma de fogo, apresentava o rosto "totalmente dilacerado". Os outros mortos, de acordo com os documentos, tinham marca de tiros no peito, rosto, barriga e outros membros inferiores. Todos tinham marca de disparos de arma de fogo no corpo. Já o último atendimento aconteceu às 13h13.Em entrevista à Folha de S. Paulo, a advogada Nadine Monteiro Borges, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil — RJ, afirmou que "o que é apontado nos boletins demonstra indício de desfazimento de cena de crime". Nadine disse ainda que "eles (os policiais) transformaram uma obrigação num roteiro, às avessas, de fraude processual". Nesta sexta-feira, dia 14, a assessoria de imprensa da OAB-RJ afirmou que nenhum representante iria comentar os boletins.Na determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que foi...

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