O Juiz na Visão dos Juízes

AutorLuiz Guilherme Marques
Páginas95-95
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O JUIZ nA VISãO DOS JUíZeS
2.1. Cyro Marcos da Silva (2003:75):
Julgar é sempre pensar (não se julga sem pensar, é o que se espera). Não
é porque julga ou porque pensa, que terá acesso garantido à verdade. É
estranho dizer isto, mas julgar e pensar não são dependentes da verdade.
Considerações de verdade não são aí levadas em conta. Ora, um pensa-
mento ou julgamento pode ser verdadeiro ou falso. O engano está sempre
por aí, valendo no julgamento, na sentença, tanto quanto uma suposta
verdade, isto é, valendo como ficção.
Mais adiante mostra que o ideal da neutralidade é uma
utopia:
Ao julgar, o juiz que sempre só julga em causa alheia, não tem como esca-
par da sua própria causa, da sua própria história de vida, de suas questões
particulares, da ética do inconsciente como texto. Em cada juiz, como em
cada um de nós, um Édipo é convocado perante o enigma de uma esfinge.
Daí a neutralidade, decantado o ideal, será um ideal impossível. (p. 84)

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