O juiz que virou número

AutorMônica Sette Lopes
Páginas89-92
O juiz que virou número
O homem que virou suco é um lme brasileiro, de
1979, com direção de João Batista de Andrade. Ele anda es-
condido em prateleiras de videolocadoras e na memória clas-
sicadora dos cinélos. Mas aorou de um fundo de reminis-
cência quando pensava neste texto que tem como objetivo falar
ligeiramente da vida dos juízes em meio às estatísticas e aos
indicadores.
Nada contra a denição de metas ou a busca do co-
nhecimento sobre os resultados das atividades do Poder Ju-
diciário. Mas tudo contra a sensação de que a realidade possa
ser integralmente acessada por dados quantitativos que não se
conjuguem com uma avaliação histórico-qualitativa da estru-
tura geral do Poder Judiciário, da estrutura especíca de cada
órgão, da cultura que o envolve e do costume (oral e escrito)
que se traduz de suas práticas.
A referência a O homem que virou suco não é de-
sarrazoada, porque atinge o ponto fulcral: a identidade pela
narrativa e pelo reconhecimento do trabalho na invisibilidade.
Deraldo, interpretado por José Dumond, é um poeta do cor-
del, cuja vida se mistura à de um sósia, Severino, que mata seu
patrão no dia em que receberia o prêmio de operário-padrão.

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