Jurisdição constitucional e estado de exceção pós-1988: a Justiça de Transição como descontinuidade da exceção

AutorTayara Talita Lemos, Maria Clara Oliveira Santos
Páginas271-300
In: MEYER, Emílio Peluso Neder; CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade. Justiça
de transição nos 25 anos da Constituição de 1988. 2ª ed. Belo Horizonte: Initia Via, 2014. ISBN
978-85-64912-50-2.
Jurisdição constitucional
e estado de exceção pós-1988
A Justiça de Transição como
descontinuidade da exceção
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Resumo: Diante da não efetivação de direitos e da so-
negação de tantos outros por parte do Estado, busca-se
investigar se há um contínuo e permanente estado de
exceção, escondido sob o véu da democracia legitima-
da pela representação, no Brasil atual. Assim, por meio
de uma democracia construída sobre marcos autoritá-
rios, legatários de um passado de ditaduras civis e mili-
tares, não seria possível a construção de uma democra-
! Mestre em Direito e Doutoranda em Direito pela Universidade
Federal de Minas Gerais UFMG (bolsista CAPES/REUNI), Graduada
em Direito pela Faculdade de Direito de Franca (bolsista da FAPESP -
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), especialista
em Direito Público (Universidade de Franca). Professora de Direito
Constitucional e Introdução ao Estudo do Direito da FESP-UEMG
(Fundação de Ensino Superior de Passos- Universidade do Estado de
Minas Gerais).
Mestre em Direito em Direito pela Universidade Federal de Minas
Gerais UFMG (bolsista CAPES), Graduada em Direito pela
Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Professora de Direito
Administrativo , Antropologia e Direitos Culturais e Metodologia da
Pesquisa em Direito da FCJ-UEMG (Faculdade de Ciências Jurídicas
de Diamantina- Universidade do Estado de Minas Gerais).
Tayara Talita Lemos & Maria Clara Oliveira Santos
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cia real e concreta, senão as marcas constantes da exce-
ção. A fim de descontinuar essa política, coloca-se uma
justiça de transição que busca a reparação das exceções,
o reconhecimento dos erros históricos do passado, a
promoção de pedidos públicos de desculpas pelos
equívocos praticados; para além das interlocuções teó-
ricas que tentam, por meio do resgate da memória e do
reconhecimento, apontar para uma séria interpretação
do que a permanência do estado de exceção pode oca-
sionar em um Estado que se pretende democrático, no
que se refere à sua vida política, jurídica e social.
Palavras-chave: justiça de transição, estado de exceção,
democracia.
Résumé: Compte tenu de la non-réalisation des droits
et de l'évasion tant d'autres par l'Etat, chercher à dé-
terminer si il ya un état continu et permanent d'excep-
tion, caché la démocratie légitimée par la représenta-
tion au Brésil aujourd'hui. Ainsi, par l'intermédiaire
d'un regime démocratique construit sous autorita-
risme, légataire d'un passé de dictatures civiles et mili-
taires. ne serait pas possible de construire une démo-
cratie réelle et concrète. Pour supprimer cette politique,
une justice transitionnelle aspire à réparer les excep-
tions, reconnaissance des erreurs historiques, la promo-
tion de la demande des excuses publiques pour les er-
reurs commises, au-delà dialogues théoriques qui ten-
tent, en sauvant la mémoire et la reconnaissance, indi-
quer à une interprétation sérieuse de la permanence de
l'état d'exception peut entraîner un état qui doit être
démocratique, à l'égard de sa politique, juridique et
social.
Mots-clés: justice transitionnelle, état d'exception, dé-
mocratie.

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