Juros futuros recuam com perspectiva de Selic baixa por um longo período

A redução dos juros de referência na África do Sul também contribui para esse movimento, enquanto o ambiente fiscal mais nublado foi mantido no radar O ambiente de forte contração da atividade foi reforçado nesta terça-feira (14) com novas revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, incluindo do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estima um tombo de 5,3% da atividade neste ano. Com esse cenário, os juros futuros fecharam em queda firme em toda a curva a termo, diante de apostas crescentes de queda adicional da Selic.

A redução extraordinária dos juros de referência na África do Sul também contribui para esse movimento, enquanto o ambiente fiscal mais nublado foi mantido no radar pelos investidores.No fim da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caiu de 3,10%, no ajuste de ontem, para 3,045%; a do DI para janeiro de 2022 recuou de 3,76% para 3,68%; a do contrato para janeiro de 2023 cedeu de 4,89% para 4,77%; a do DI para janeiro de 2025 foi de 6,54% para 6,40%; e a do contrato para janeiro de 2027 passou de 7,40% para 7,26%.

O recuo das taxas de médio e longo prazo ocorre em um cenário que tem chamado a atenção dos agentes. O aumento da aversão a risco em março ocasionou em um forte aumento do prêmio de risco nas taxas de longo prazo, que começam a deixar o momento de maior tensão, embora os investidores continuem atentos aos riscos fiscais no horizonte. A perspectiva de que o Banco Central possa comprar títulos públicos e desinclinar a curva também continua no radar, mas, mesmo assim, alguns agentes preferem optar por não apostar em queda forte das taxas longas.

O diretor de investimentos da Western Asset, Paulo Clini, diz ser natural o questionamento dos investidores quanto às medidas fiscais. Ele lembra, ainda, que os juros longos são atrativos, especialmente, para o investidor estrangeiro, mas nota que, no âmbito internacional, os emergentes são considerados o "elo fraco" da crise diante da menor capacidade de reação. Por isso, "se olharmos as curvas de juros de outros países emergentes, todas estão mais inclinadas".

Clini também vê oportunidades nas NTN-Bs de longo prazo. "A parte longa da curva de juro real nos parece interessante, já que as taxas subiram muito com a crise. O retorno de uma NTN-B para 2050 está na casa de 4,5%. Temos tido um debate sobre qual é a provável consequência dessa crise no longo prazo e talvez tenhamos uma mudança no padrão de...

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