Justiça para ouriços

AutorTiago Brene
CargoDiscente de pós-graduação Stricto Sensu do programa de Mestrado em Direito Negocial pela Universidade Estadual de Londrina, UEL, Bolsista CAPES
Páginas235-237
235
SCIENTIA IURIS, Londrina, v.18, n.2, p.235-237, dez.2014 | DOI: 10.5433/2178-8189.2014v18n2p235
* Discente de pós-graduação Stricto Sensu do programa de Mestrado em Direito Negocial pela
Universidade Estadual de Londrina –UEL, Bolsista CAPES. Especialista lato sensu em Direito do
Estado, igualmente pela UEL. Ao som de “Índios”, Álbum Legião Urbana II (1986), Legião Urbana.
E-mail: tiagobrene@yahoo.com.br
DWORKIN, Ronald. Justiça para ouriços. Tradução de Pedro Elói Duarte.
Coimbra: Almedina, 2012.
Justiça para ouriços
JUSTICE OF HEDGEHOGS
* Tiago Brene
Justice for Hedgehogs – Justiça para Ouriços – é o último
livro publicado em vida por Ronald Dworkin, lançado originalmente no ano de
2011. Na época de seu lançamento Dworkin chegou a disponibilizar uma página
na internet cujo endereço reportava o nome da obra em inglês. A intenção de
Dworkin era capitar as críticas dirigidas ao seu trabalho e disponibilizar eventuais
respostas aos críticos na própria página na rede mundial de computadores.
A partir de uma frase do poeta grego, Arquíloco, que teria se tornado
célebre por Isaiah Berlin, Dworkin esboça a estrutura da presente obra: “a
raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa muito importante.
O valor é uma coisa muito importante”. Valor, neste contexto, diz respeito
ao modo de viver, em especial um modo de viver bem a partir da racionalização
daquilo que se deve ou não fazer. A tese que permeia os diversos pontos tratados
por Dworkin, é de que os valores são interdependentes, mas existe unidade de
valor ao menos nas questões ética e moral.
Dworkin defende uma compreensão sobre os valores diferentes da
maioria dos autores anglo-saxões. Dworkin sustenta a existência de verdades
objetivas sobre o valor. Trata-se de uma compreensão diretamente oposto da
ideia de que os valores expressam compromissos ou preferências. Isso porque,
para Dworkin essas preferências, concessões ou mesmos compromissos, tem
em foco apenas a vida privada e negligenciam a vida política. A distinção, no
campo político, por exemplo, está em que tanto o governante quanto o cidadão
participativo em uma democracia, não pode optar por uma teoria de justiça com
base naquilo que lhe agrada, mas sim, com base naquilo que acredita que é
realmente verdadeiro.
DOI: 10.5433/2178-8189.2014v18n2p235

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