Mãe, garota do tempo

AutorAnita Zippin
CargoAdvogada
Páginas248-249
248 REVISTA BONIJURIS I ANO 32 I EDIÇÃO 664 I JUN/JUL 2020
ALÉM DO DIREITO
A. F. Correia NassarACADÊMICO DE DIREITO
ESTUDANDO VERDADEIRAMENTE
O DIREITO ELEMENTAR
mos também quais foram as
propriedades químicas envol-
vidas no processo. E como fora
o resfriamento, caso em que
indubitavelmente pensei na
geograf‌ia para obter respostas.
Continuei elucubrando. Depois,
veio a vida, natural e animal.
Biologia. O tempo passou, o hu-
mano surgiu, desenvolveu-se,
complexou-se. Precisávamos
nos comunicar, estudamos a lín-
gua. Essa complexação exigiu
que fôssemos sensíveis à Terra,
que fôssemos sensíveis a nós
mesmos, por isso estudamos a
f‌ilosof‌ia, a arte. Precisávamos
saber de onde advinham tais
pensamentos e quem eram
nossos antepassados. Verif‌i-
quemos os registros históricos,
a história. E no mais alto dos
multímodos humanos, exigiu-
-se que nascesse o direito. Nis-
so, algo tão óbvio e esplêndido
se vislumbrava à minha fren-
te enquanto eu permanecia
sentado. É claro, o direito não
nasceu do nada, disso eu sabia.
Mas percebi que possuímos
raízes tão profundas que estas
tornam-se inexplicáveis e abs-
cônditas. E graças a todas es-
sas matérias, temos, ao menos,
algumas pistas de origem. E
qual o valor que a elas é dado?
Eu sei, hoje, são tantas pesso-
as e tantos acontecimentos
simultâneos que uma socieda-
de sem o direito acaba sucum-
bindo ao caos, é verdade. E ele
pode até manter-se por si. Mas
decorar leis não tem o poder de
nos fazer verdadeiros juristas,
pelo contrário, acaba por nos
cegar. E naquele momento, vi
que para que eu pudesse che-
gar à completude, à altaneira
magnif‌icência jurídica, eu pre-
cisaria antes estudar a essas
tão desvalorizadas matérias
elementares. Fechei os olhos,
respirei fundo, levantei do
banco, e continuei meu dia. n
Otítulo tem ar pedante,
pretensioso. Na verda-
de, pelo contrário. E dei-
-me conta disso sentado
em um banco de praça.
Como acadêmico, um iniciante,
são recorrentes os pensamen-
tos e indagações que vêm à
mente sobre esse tal “Direito”.
Talvez, dentro nós more natu-
ralmente uma vontade de revo-
lucionar o mundo e fazê-lo um
lugar melhor. Clichê, mas é um
clichê verídico. Só que o que é o
mundo? Claro que temos uma
percepção, uma def‌inição, uma
ideia ou simplesmente uma im-
pressão pronta a respeito. É na-
tural. Só que o mundo se mos-
tra muito mais amplo do que
meros livros legislativos, e até
esse ponto é fácil de entender.
Mas repeti a mim mesmo: o que
é o mundo? Primeiro dei-me
conta de que o mundo, ou mais
apropriadamente o planeta, é
proveniente do universo. Ainda
continuava óbvio. Mas para que
eu começasse a responder, bem
como para a partir de então es-
tudar o real direito, precisei da
sica. Pois é, precisei da sica
para saber como se deram as
formações após as tão famige-
radas explosões de energia – ou
big bang. Essas energias libera-
das foram formando o universo
e, por um acaso, formaram nos-
so planeta. Temos então, o início
de mundo, que para conhecê-lo
é imprescindível que estude-
Anita ZippinADVOGADA
MÃE, GAROTA DO TEMPO
Ésair de casa e lá vem a
frase depois do abraço:
Está levando casaco?
Ou até...
Vai passar calor. Me-
lhor trocar de camisa.
E o dia passa que nem sen-
timos até que, mais uma vez,
despedida, um abraço, talvez
um beijo e a frase: Está le-
vando casaco? Ou até... Vai
passar calor. Melhor trocar a
camisa.
Os meteorologistas ligam
quase sempre para a mãe e
perguntam:
Rev-Bonijuris664.indb 248 19/05/2020 15:17:20

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