Marx morreu: viva Marx!' Apontamentos sobre o golpe no contemporâneo

AutorKatia Maheirie, Ana Lídia Campos Brizola
Páginas1-4
1
Revista de Ciências HUMANAS, Florianópolis, v. 50, n. 1, 1-4, jan-jun 2016
“Marx morreu: viva Marx!”
Apontamentos sobre o golpe no contemporâneo
http://dx.doi.org/10.5007/2178-4582.2016v50n1p1
Kátia Maheirie e Ana Lídia Brizola
Caros leitores, abrimos este Editorial, como não poderíamos deixar de
fazê-lo, trazendo apontamentos sobre o Golpe de Estado que se realiza neste
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Tal empreendimento, iniciado logo após o resultado das eleições presi-
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rais e conservadoras que culminam, para além do afastamento da Presidenta
legitimamente eleita por 54 milhões de votos, em projetos de lei e práticas
autoritárias típicas de um estado de exceção. Projetos como Escola sem Par-
tido e a criminalização de professores que ensinam a seus alunos a história do
pensamento ocidental, são práticas assustadoras que têm encontrado suporte
no atual cenário político do país.
Nós e tantos outros que lutaram contra a ditadura no Brasil, das décadas
de 60 a meados de 80, não esperávamos viver um déjà vu, que implica nova-
mente a invisibilidade das forças que realmente norteiam os acontecimentos
e compõem armadilhas para a sua compreensão. Para isso, contam com o
trabalho intenso e cotidiano dos grandes meios de comunicação do país. Não
fosse o trabalho de diversos coletivos de jornalismo independente e boa pare
da imprensa internacional, talvez a população como um todo pudesse aceitar
a versão fantástica da grande imprensa brasileira, que atualiza os feitos do
golpe de 1964.
Parafrasear o título da obra de Bárbara Freitag, “Marx morreu: viva
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atual. Seguimos vivendo muitas guerras, o antagonismo entre classes sociais
e o temor ao desenvolvimento de uma democracia mais substantiva. Convi-
vemos com o medo da perda de privilégios, da possibilidade de termos que
nos relacionar com humanos IGUAIS, e não mais com classes subalternas.
Vive-se hoje, de forma intensa e explícita, o ódio da classe privilegiada em
relação à possibilidade de posse dos mesmos objetos e tecnologias que os me-

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