Memorias e resistencias de assistentes sociais contra a ditadura.

AutorNeves, Daniela
CargoTexto en portugues

O Servico Social na historia da ditadura civil militar. Este e o tema desta mostra fotografica, apresentada por meio do Projeto Servico Social, Memorias e Resistencias contra a Ditadura, neste espaco de "dialogo em imagens".

O projeto foi idealizado e realizado a muitas maos pelo Conselho Federal de Servico Social (CFESS). Seus primeiros esbocos foram discutidos na gestao " Tempo de Luta e Resistencia" (2011-2014) e finalizados na gestao "Tecendo na luta a manha desejada" (2014-2017).

O projeto teve como objetivo recuperar e tornar publica a memoria daqueles/as assistentes sociais e estudantes de Servico Social cujos direitos foram violados nos tragicos e violentos acontecimentos da ditadura empresarial militar no Brasil. Pessoas que lutaram pela liberdade e pela justica ao lado de muitos/as outros/as combatentes, que resistiram e sobreviveram as mais crueis violacoes de direitos humanos e contribuiram na luta pela democracia no pais.

Antes de apresentarmos a mostra fotografica, vale recuperar, de maneira breve, como foi desenvolvido o projeto Servico Social, Memorias e Resistencias contra a ditadura e mostrar as nuances da construcao de sua identidade visual, fundamental nas diferentes formas e atividades que evocam o carater de denuncia e resistencia (1), de maneira criativa e contestatoria. O projeto evidencia a relacao intrinseca entre conteudo politico/editorial e conteudo visual/grafico, objetivo deste dialogo em imagens: as imagens fotografias e ilustracoes--contribuiram e contribuem significativamente na interpretacao e expressao do que foi proposto, que e contar as historias de assistentes sociais e estudantes, que sofreram violacoes de direitos e lutaram contra o arbitrio da ditadura, que perdurou por 21 anos (1964 a 1985).

Seu lancamento, em maio de 2013, contou com divulgacao online da proposta do projeto e um roteiro para que assistentes sociais que sofreram violacoes de direitos na ditadura fizessem o seu registro.

Esse formulario, cujo preenchimento realizado por diversas/os assistentes sociais--ex-presos/presas politicos/as--possibilitou-nos conhecer, por meio de seus depoimentos, historias de resistencia e sobrevivencia. Alguns depoimentos foram realizados de forma diferente: seja por meio de um texto livre, elaborado pelo/a autor/a, ou pessoalmente, durante um evento da categoria (43 Encontro Nacional do Conjunto CFESS-CRESS, Brasilia/ DF, 2014), em uma mesa-redonda que contou com depoimentos de cinco assistentes sociais que vivenciaram os horrores dos tempos de chumbo no Brasil. Tivemos tambem transcricoes de palestras ou de relatos paras as Comissoes da Verdade e depoimentos escritos, que foram editados e colocados em um video.

O tempo dispendido nessa primeira parte do projeto, expresso nas dificuldades encontradas pelos/as assistentes sociais para deporem sobre esse passado de terror e sangue, que nao esta imerso nas poeiras do esquecimento, mostrou-nos quao forte foi o sequestro de seus corpos e mentes nos anos da ditadura que assombrou o pais. Sao marcas de sofrimentos que nao podem ser eliminadas. Tratava-se de um material denso, bruto, que precisava ser apresentado a categoria profissional.

Em 2016, ja tinhamos um numero consideravel de depoimentos captados de diferentes formas. Assim, no 15 Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), realizado em Olinda (PE), organizamos uma exposicao sobre o projeto, em forma de paineis, reunindo trechos dos depoimentos e...

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