A micro-história e a sua história

AutorDiogo da Silva Roiz
CargoDoutorando em História pela UFPR e bolsista do CNPq
Páginas549-551
Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, Volume 44, Número 2, p. 549-551, Outubro de 2010
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1 Doutorando em História pela UFPR e bolsista do CNPq. Professor do Departamento de História da
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Campus de Amambaí, em afastamento
integral para estudos. Endereço para correspondência: Rua Tibagi nº 404, Edifício Aruanã, apto
100, Centro, Curitiba, PR, 80060-110 (diogosr@yahoo.com.br)
A micro-história e a sua história*
Diogo da Silva Roiz1
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
VAINFAS, R. Os protagonistas anônimos da História: micro-história. Rio
de Janeiro: Editora Campus, 2002, 163p.
Em 1991, Jacques Revel organizou um seminário na Escola de Autos Estudos
em Ciências Sociais de Paris, na França, no qual se discutiria a micro-
história e seus dilemas. No texto que apresentou no encontro, Revel aproveitou
para avaliar esta linha investigativa e deixar a seguinte indagação: “A aborda-
gem micro-histórica tornou-se, nestes últimos anos, um dos lugares importantes
do debate epistemológico entre os historiadores. Feita esta afirmação, convém
desde logo limitar seu alcance e dizer que esse debate permaneceu concentra-
do no interior de um número relativamente restrito de grupos, de instituições e
de programas de pesquisa (cujo mapeamento seria aliás interessante realizar)”
(REVEL, 1998; p. 15).
Em 2002, Ronaldo Vainfas lançou um pequeno livro, no qual seu objetivo
foi justamente o de pesquisar a história da "micro-história, mapeando seus prin-
cipais locais de produção. Essa incursão no tema dá continuidade à análise do
autor, iniciada em artigos que lançou em 1994, e continuada na sua conclusão,
ao livro coletivo Domínios da história, publicado em 1997, com a parceria de
Ciro Flamarion Cardoso e outros pesquisadores. Já nesse novo livro, sobre a
Micro-história, que foi dividido em cinco capítulos, o autor começa por ressal-
tar que o texto “sobre à micro-história não tem [...] outra ambição senão a de
tentar esclarecer, afinal, o que é a micro-história, suas propostas, seus métodos,
o lugar específico que ocupa na chamada Nova História” (VAINFAS, 2002; p. 11).
No primeiro capítulo, O que a micro-história não é, o autor evidenciou
as diferenças entre a “História das Mentalidades”, a “Nova História Cultu-
ral” e a “Micro-história”, que foram recebidas simultaneamente no Brasil, o
que inviabilizou as devidas demarcações de fronteiras entre os campos. No
entanto, o autor demonstra que a Antropologia foi um elo fundamental, e que
aproximou àqueles campos específicos de pesquisa, devido à abertura de
fontes, problemas e abordagens, e em função de preocupações em comum,
como o cotidiano das massas anônimas (seus modos de agir e pensar) e de
pessoas, até aquele momento desconhecidas, ou pouco pesquisadas.

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