Mistanásia em tempos de pandemia de covid-19: reflexões iniciais a partir da bioética global

AutorWellington Wesley Paiva e Thiago Rocha da Cunha
Ocupação do AutorLicenciado em Filosofia e Teologia. Especialista em Filosofia e Sociologia da Região/Bacharel em Biomedicina
Páginas165-173
MISTANÁSIA EM TEMPOS DE PANDEMIA
DE COVID-19: REFLEXÕES INICIAIS A PARTIR
DA BIOÉTICA GLOBAL
Wellington Wesley Paiva
Licenciado em Filosoa e Teologia. Especialista em Filosoa e Sociologia da Região.
Especialista em Reabilitação do Dependente Químico. Mestrando em Bioética pela
PUCPR.
Thiago Rocha da Cunha
Bacharel em Biomedicina. Mestre e Doutor em Bioética. Professor do Programa de
Pós-graduação em Bioética da PUCPR.
Sumário: 1. Introdução. 2. Saúde global e a Pandemia de Covid-19. 3. Mistanásia e morte
social no contexto da bioética global. 4. Necropolítica: ampliando a compreensão sobre
Mistanásia em tempos de Pandemia. 5. Desaos bioéticos que despertam globalmente da
pandemia Covid-19. 6. Referências.
1. INTRODUÇÃO
O cenário global em tempos da pandemia de Covid-19 nos interroga e nos faz ref‌letir
de diversos pontos de vista sobre o sentido da vida. Coloca-nos diante um emaranhado
complexo de discussões que no decorrer da história foi se lapidando e que ainda hoje
não se tem respostas concretas, pois o sentido da vida depende da construção de cada
ser em uma dimensão subjetiva da realidade que é inerente ao ser humano, pois este,
podendo fazer juízos de valores em situações concretas, pode def‌inir o que é o bem ou
o que é o mal para si.
O teólogo Clodovis Boff, em uma trilogia intitulada “O sentido da vida”,
apresenta diversos acertos sobre o tema e logo no primeiro livro nos aponta algo
interessante para pensarmos sobre o sentido da vida frente a pandemia da Covid-19
que assola o mundo:
Colocar a questão do sentido em termos de “m” é o modo como procedeu a grande tradição losóca.
Essa não fala, como nós, em “sentido da vida”, mas em “m último” ou “m supremo” do homem. No
fundo, é a mesma coisa, apenas os contextos são diferentes e, por isso, também as condições. De fato,
perguntar sobre o sentido da vida é o mesmo que perguntar se ela tem um nal bom e feliz1.
1. BOFF. Clodovis. O livro do sentido: crise e busca de sentido hoje (parte crítico-analítica), vol. 1. São Paulo: Paulus,
2014. p.13.

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