Onu debaterá acordo de dívida soberana

Organismo internacional anuncia mudança nas regras de renegociaçãoJanaína FigueiredoCorrespondentejanaina.figueiredo@oglobo.com.brDiscussão global. O ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, sobre a proposta: "Nunca mais aos ataques especulativos contra os países"MARCOS BRINDICCI/REUTERSBUENOS AIRES E ZURIQUEA Casa Rosada informou ontem que no próximo dia 9 de setembro as Nações Unidas discutirão um projeto apresentado pela Argentina, em parceria com o Grupo dos 77 países mais a China, para dar "um marco jurídico aos processos de renegociação das dívidas soberanas". O ministro da Economia, Axel Kicillof, disse que o objetivo do país é que não existam mais "Griesas" (Thomas Griesa, o juiz encarregado do caso dos chamados "fundos abutres" na Corte de Nova York) nem "Singers" (dono do fundo de investimentos NML, um dos "fundos abutres"), e que a decisão da ONU seja aplicada no caso argentino.- Estamos trabalhando para solucionar a incongruência de um juiz e queremos que isso não se repita nunca mais: Griesas e Singers - afirmou Kicillof, que na noite da última quinta-feira reuniu-se com representantes do governo brasileiro em São Paulo, entre eles o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Os motivos do encontro não foram confirmados por ambos os governos, masem Buenos Aires circularam rumores sobre negociações do acordo automotivo, barreiras ao comércio e até mesmo algum tipo de socorro financeiro do Brasil ao governo de Cristina Kirchner.- Nunca mais aos ataques especulativos contra os países - disse Kicillof. - Não queremos ser um exemplo de estudo, queremos que esta convenção da ONU se aplique também ao juiz Griesa.Já a Associação Internacional de Mercados de Capitais (ICMA) anunciou ontem a mudança em suas regras para impedir que uma minoria de credores bloqueie acordos de reestruturação de dívida soberana, evitando, assim, repetições do caso Argentina. Os novos pontos para as cláusulas de ação coletiva (CAC) e Pari passu - que não são retroativos - permitirão que os acordos...

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