Percorrendo os caminhos da relação entre as políticas públicas de saúde e do meio ambiente

AutorDebora Aparecida da Silva Santos/Pedro Vieira de Azevedo/Jullianna Vitorio Vieira de Azevedo/Telma Lúcia Bezerra Alves/Amaury de Souza
Páginas137-152
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PERCORRENDO OS CAMINHOS DA RELAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E
DO MEIO AMBIENTE
Debora Aparecida da Silva Santos
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Pedro Vieira de Azevedo
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Jullianna Vitorio Vieira de Azevedo
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Telma Lúcia Bezerra Alves
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Amaury de Souza
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
PERCORRENDO OS CAMINHOS DA RELAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
Resumo: O presente estudo propõe uma análise do caminho percorrido na relação entre as políticas públicas de saúde e
do meio ambiente em um contexto amplo, através de uma revisão bibliográfica sobre o tema. A aproximação da temática
ambiental com o movimento de promoção da saúde permite a ampliação na compreensão do processo saúde-doença. Essa
proposta seleciona a integração entre os setores como condição para o estabelecimento e a execução de políticas públicas
como maneira de garantir melhores condições socioambientais. Desta maneira, é indispensável uma discussão ampla da
importância dos diversos atores sociais relacionados à saúde e ao meio ambiente, entendendo que a ação interdisciplinar
através do reconhecimento das políticas públicas melhora a qualidade de vida da população e, consequentemente, contribui
para uma sociedade mais equilibrada ecologicamente.
Palavras-chave: Políticas públicas, Saúde, Meio ambiente, Saúde ambiental.
TRAVERSING THE WAYS OF THE RELATION BETWEEN HEALTH AND ENVIRONMENTAL PUBLIC POLICIES
Abstract: This study presents an analysis of the path taken in the relation between public health policies and the
environment in a broader context, through a literature review on the topic. The approach of environmental issues with the
health promotion movement allows a broader understanding of the health-disease process. This proposal selects the
integration across sectors as a condition for the establishment and implementation of public policies as a way to ensure
better environmental conditions. In this way, a broad discussion of the importance of various social actors related to health
and the environment is essential, understanding that an interdisciplinary action by recognizing the public policies improves
people's quality of life and, consequently, contributes to a more balanced society ecologically.
Key words: Public policies, Health, Environment, Environmental health.
Recebido em: 15.04.2015. Aprovado em: 22.02.2016.
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1 INTRODUÇÃO
A ação das políticas públicas
repercute na economia e na sociedade, o que
caracteriza que qualquer teoria sobre o tema,
necessita explicar as inter-relações entre
Estado, política, economia e sociedade
(CARVALHO; CAVALCANTI, 2013).
A aproximação da temática
ambiental com o movimento de promoção da
saúde permite a ampliação na compreensão do
processo saúde-doença. Essa proposta
seleciona a intersetorialidade como condição
para o estabelecimento e a execução de
políticas públicas como maneira de garantir
melhores condições socioambientais. Além
disso, autores como Freitas (2003), narraram
momentos históricos que envolviam
preocupações referentes à saúde em
decorrência dos efeitos ambientais, como por
exemplo, a relação dos efeitos do clima no
balanço dos humores do corpo, os miasmas, e
as sujeiras e os odores.
A saúde é definida pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) como
um completo estado de bem-estar físico,
mental e social e não meramente como
ausência de doença. Este conceito torna-se,
neste sentido, o resultado de um processo de
produção social que se constrói individual e
coletivamente, através da participação do
indivíduo, da comunidade e do poder público.
Logo, o meio ambiente está intrinsecamente
relacionado às questões de saúde.
Ribeiro (2004) cita que na
Inglaterra, no século XVII, iniciou a aplicação
de métodos estatísticos à saúde pública,
possibilitando a compreensão da dinâmica da
ação preventiva de saúde. Descobertas no
século XIX cooperaram na construção de
bases científicas para a saúde pública, como a
teoria dos organismos causadores de doenças
infecciosas, postulada por Henle, em 1840; a
teoria dos Germes de Pasteur, em 1861, a
partir do desenvolvimento do processo de
pasteurização; o descobrimento do bacilo da
tuberculose por Koch, em 1882 e, do vibrião da
cólera em 1883. Essas descobertas
estabeleceram as bases para dois conceitos
centrais da bacteriologia: o da etiologia
específica, na qual cada doença tem uma única
causa identificável, e outro conceito foi o da
EDOD PiJLFD ao destacar que cada doença
pode ser curada por um agente específico,
ratificado por Pasteur ao desenvolver vacinas.
Em meados do século XX retomaram-se as
pesquisas referentes à relação da saúde com o
ambiente, e a descoberta da resistência de
Staphylococcus à penicilina em 1959, foi um
dos fatores que despertou essa preocupação.
Neste contexto, é notória a
importância da relação do meio ambiente com
a saúde, visto que diversos fatores ambientais
podem afetar a saúde humana. A qualidade
ambiental tem sido reduzida em consequência
do crescimento econômico e da
conscientizão de parte da população quanto
a estas questões. E, por isso, há atualmente

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