Poder e multiculturalismo

AutorCarlos Alberto Simões de Tomaz
CargoPós-doutor em Filosofia do Direito pela Universidade de Coimbra/Portugal. Doutor em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professor da Universidade Vila Velha.
Páginas92-105
Dom Helder Revista de Direito, v. 1, n. 1, Setembro/Dezembro de 2018.
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PODER E MULTICULTURALISMO
POWER AND MULTICULTURALISM
Carlos Alberto Simões de Tomaz
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Artigo recebido em: 20/11/2018.
Artigo aprovado em: 17/12/2018.
Resumo: A partir de uma análise crítico-descritiva, o artigo analisa o poder como fenômeno sociológico,
político e jurídico. Divisa uma atuação hegemônica do poder por parte dos Estados líderes em defesa de uma
identidade cultural unilateral imposta aos Estados periféricos, que se erige em detrimento das culturas locais,
que se veem massificadas pelos efeitos da globalização. Aposta, em conclusão, no multiculturalismo
guarnecido pelo princípio da subsidiariedade participativa em defesa da democracia e da efetividade da
dignidade da pessoa humana.
Palavras-chave: poder; soberania; globalização, multiculturalismo; democracia.
Abstract: From a critical-descriptive analysis, the article analyzes power as a sociological, political and
juridical phenomenon. It points to a hegemonic performance of power by the leading states in defense of a
unilateral cultural identity imposed on the peripheral states which are massified by the effects of
globalization. In conclusion, it bets on multiculturalism, which is guided by the principle of participatory
subsidiarity in defense of democracy and the effectiveness of the dignity of the human person.
Keywords: power; sovereignty; globalization, multiculturalism; democracy.
1 INTRODUÇÃO
O destaque da agenda do terceiro milênio encontra-se, sem dúvida, na problemática dos direitos
humanos. A preocupação com a efetividade dos direitos humanos e condições dignas de vida tem fervilhado
aqui e alhures.
Nesse contexto, em face dos efeitos da globalização, busca-se divisar meios para afastar a global e
unilateral massificação da identidade impingida pela cultura ocidental, buscando-se preservar valores e
direitos a fim de ensejar uma globalização que seja homogênea, vale dizer, que respeite as identidades
multicivilizacionais, não partindo, portanto, do falso suposto de hegemonia de uma cultura.
A partir daí, avulta-se de suma importância uma revisão teorética da concepção jurídico-política do
poder. De fato, a presença e atuação de novos atores não-governamentais no cenário nacional e internacional
34 Pós-doutor em Filosofia do Direito pela Universidade de Coimbra/Portugal. Doutor em Direito pela Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (UNISINOS). Professor da Universidade Vila Velha.

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